2006-01-31 18:27:31

A CADA DOIS DIAS SE ABRE UMA NOVA IGREJA EM SÃO PAULO


São Paulo, 30 jan (RV) - Uma igreja para punks e góticos. Uma para surdos. Outra para quem gosta de black music. Mais uma, só para gays.

A cada dois dias, pelo menos um novo templo se abre em São Paulo, sem contar os que funcionam sem nenhuma autorização, em garagens de casas.

Há igrejas para todos os gostos e para todos os tipos de fiéis. E os títulos vão desde "Geração dos Filhos de Abraão" até "Deus é tremendo", passando por "São Kim Degun" e "O Caminho para a Vida Eterna".

Aos sábados, quem pára em frente à "Deus é tremendo", na zona sul, jura de pés juntos que ali não funciona uma igreja. Em vez de sermões, o que se ouve são bandas de música black colocando os fiéis para dançar. É o festival "Janeiro Negro", que leva a palavra de Deus a jovens, muitos deles viciados em drogas.

O pastor Sérgio Marques, de 58 anos, fundador do templo de linha evangélica pentecostal, explica que seu objetivo é recuperar fiéis mais jovens e "colocá-los no caminho de Deus". Para isso usa muita linguagem informal e música. A igreja já existe há cinco anos, mas foi ampliada no ano passado e atende cada vez mais fiéis, diz Marques. "Tudo foi feito regularmente."

A "São Kim Degun" tem nome coreano, mas é católica. Aberta no ano passado no centro da cidade, também seguiu todas as normas da Prefeitura, já que foi construída justamente para ser um templo religioso. É a mais nova igreja da Arquidiocese de São Paulo.

De acordo com a Secretaria Municipal da Habitação, apenas no ano passado, 41 plantas receberam o alvará de construção de novas igrejas.

A grande maioria dos templos religiosos, no entanto, não é construída especificamente para esse fim. Eles são abertos em imóveis já existentes e apenas pedem a mudança de uso para ficarem isentos de IPTU.

Em 2005, de acordo com a Secretaria Municipal das Finanças, 2.675 imóveis pediram a isenção _ 245 a mais do que em 2004 (é preciso renovar o pedido anualmente).

A Prefeitura não sabe dizer o total de templos legais que estão em atividade atualmente. O último dado, da Secretaria da Habitação, é de 1998. Na época, 4.300 estavam funcionando. (MZ)







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