PAPA PEDE A GOVERNANTES PARA ERRADICAR A MISÉRIA QUE DÁ ORIGEM À HANSENÍASE
Cidade do Vaticano, 29 jan (RV) - Ao meio-dia de hoje _ como ocorre habitualmente
todos os domingos _ o Papa assomou à janela de seus aposentos, no último andar da
residência apostólica vaticana, para rezar a oração mariana do Angelus e abençoar
os fiéis presentes na Praça São Pedro.
Entre os numerosos fiéis, estavam cerca
de cinco mil crianças da Ação Católica Italiana que, juntamente com seus pais e educadores,
professores e colegas de escola e das paróquias de Roma, partiram da Praça Navona,
no centro de Roma, e se dirigiram à Praça São Pedro, para a conclusão do mês de janeiro,
dedicado à paz.
Essa iniciativa, chamada "Caravana da paz" faz parte de um
percurso dos grupos paroquiais que, este mês, teve como objetivo levar as crianças
a treinarem para a construção da paz na vida de cada dia, com as pessoas com as quais
convivem na família e na escola. Assim, elas dão sua contribuição para construir a
paz no mundo.
O lema da iniciativa foi: "Se você treinar para a paz, será
um atleta que satisfaz".
Antes do Angelus, o Cardeal Camillo Ruini, Vigário
do Papa para a Diocese de Roma, dirigiu sua saudação às crianças e suas famílias,
agradecendo pela participação na "Caravana da paz".
A seguir, o Santo Padre
fez uma breve reflexão, recordando, inicialmente, o conteúdo de sua primeira encíclica
_ "Deus caritas est" (Deus é amor), publicada na última quarta-feira.
A seguir,
anunciou que, na próxima quinta-feira, 2 de fevereiro, vai presidir à celebração eucarística,
na Basílica de São Pedro, por ocasião da Festa da Apresentação do Senhor e Dia Mundial
da Vida Consagrada. "Juntos _ disse o Santo Padre após ter convidados todos a participar
e, de modo especial, os religiosos e religiosas _ vamos agradecer a Deus pelo dom
da Vida consagrada e rezaremos para ela continue a ser, no mundo, sinal eloqüente
do seu amor misericordioso."
Após a oração mariana do Angelus, o Papa concedeu
a todos a sua bênção apostólica e, a seguir, recordou que hoje se celebra o Dia Mundial
da Hanseníase, uma iniciativa nascida da caridade de Raul Follereau, mais de 50 anos
atrás, e continuada pelas associações que se inspiraram nessa sua benemérita obra
humanitária.
"Desejo dirigir uma saudação especial aos que sofrem por essa
doença e encorajo os missionários, os agentes no campo da saúde e os voluntários engajados
nesse importante serviço ao homem. A hanseníase é sintoma de um mal mais grave e mais
vasto, que é a miséria."
Na trilha de seus predecessores, Bento XVI renovou
seu apelo aos responsáveis pelas nações, a fim de que unam seus esforços para superar
os graves desequilíbrios, que ainda penalizam grande parte da humanidade.
Em
1954, Raul Follereau, jornalista e escritor francês, grande apóstolo dos hansenianos,
quis dar voz às vítimas da hanseníase, chamando a atenção do mundo para as tristes
conseqüências morais e psicológicas da doença: marginalização, exclusão, e falta de
esperança e de perspectivas para o futuro.
A Associação Internacional "Raul
Follereau" escolheu o seguinte tema, para este 53º Dia Mundial da Hanseníase: "Sonho
de um mundo sem hanseníase: não existem sonhos irrealizáveis".
Recordamos
que entre os países mais atingidos pela hanseníase, em todo o mundo, encontra-se o
Brasil. (MT)