HANS KÜNG DESAFIA EX-COLEGA DA UNIVERSIDADE DE TÜBINGEN A ABORDAR QUESTÕES POLÊMICAS
Tübingen, 27 jan (RV) - O mais proeminente teólogo contestatário da Igreja
Católica, Hans Küng, elogiou Bento XVI, por sua primeira encíclica _ "Deus é amor"
_ mas lhe pediu que escrevesse uma segunda, manifestando idêntica abertura em relação
ao controle da natalidade, ao divórcio e às demais religiões cristãs.
Hans
Küng, de 77 anos _ que em 1966 convidara Joseph Ratzinger para o corpo docente da
Universidade de Tübingen, Alemanha _ está oficialmente proibido de lecionar teologia
católica, desde 1979.
Segundo a agência de notícias Reuters, o teólogo suíço
reconhece a "justeza teológica" da encíclica do Papa e afirma que a encíclica de Ratzinger,
de 78 anos, "não é um manifesto de pessimismo cultural, ou de restritiva moral sexual".
Nela,
o Papa admite a compatibilidade do amor erótico e do amor a Deus e, ao mesmo tempo,
rejeita aquilo que designa como "desvio destruidor", reivindicando a verdadeira grandeza
do amor, para além do "prazer de um instante", descrevendo o "êxtase" do amor físico
(só entre homem e mulher e só no casamento) como algo que conduz ao amor divino de
Deus.
"Em vez de um discurso programático como manda a tradição, Bento XVI
propõe uma reflexão de elevada dimensão filosófica, sobre a temática do amor humano"
_ considerou Henri Tincq, responsável, desde 1985, pela informação religiosa publicada
no prestigioso jornal francês "Le Monde". (MZ)