CONSELHO MUNDIAL DAS IGREJAS CONCLAMA IGREJAS A ACABAR COM AS INJUSTIÇAS
Genebra, 28 jan (RV) - Diante do modelo de "injustiça econômica" que impera
no mundo, as Igrejas devem atuar contra os intoleráveis níveis de pobreza produzidos
por esse modelo. O alerta é do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), que fará um apelo
nesse sentido, em sua 9ª Assembléia Geral, agendada para Porto Alegre, de 14 a 23
de fevereiro.
"Um mundo sem pobreza não só é possível, mas está de acordo com
a graça de Deus para o mundo" _ afirma o apelo sobre globalização econômica, dirigido
às Igrejas e movimentos sociais que participarão da IX Assembléia do CMI.
Intitulado
"AGAPE _ chamamento ao amor e à ação", o documento, cuja autoria é compartilhada pelo
CMI e outras organizações ecumênicas, pede às Igrejas que atuem "unidas, para acabar
com a injustiça econômica", de acordo com o tema central da Assembléia: "Deus, em
tua graça, transforma o mundo".
A convocação, que tem forma de oração, pede
às Igrejas que se comprometam de novo a trabalhar pela justiça, nas relações comerciais
internacionais, a erradicar a pobreza e a desigualdade e a favor dos "empréstimos
responsáveis, o cancelamento incondicional da dívida e o controle e a regulamentação
dos mercados financeiros mundiais".
As Igrejas também serão convidadas a atuar
em favor da preservação dos recursos naturais e da biodiversidade, a resistir à privatização
dos bens e serviços públicos, a promover a reforma agrária, a defender o trabalho
decente e salários justos, e a adotar uma firme postura de fé contra os poderes hegemônicos.
Vivemos
numa economia em que 20% da população mundial detém 83% da riqueza do mundo, outros
20% possuem apenas 11%, e a maior fatia da humanidade _ 60% da população mundial
_ detém apenas 6% da riqueza do mundo, sublinha o documento.
"Espera-se que
o presente documento estimule as Igrejas e a família ecumênica a abordarem as complexas
questões relativas à injustiça econômica, que é o principal problema do nosso tempo"
_ disse Rogate Mshana, encarregado do programa de justiça econômica do Conselho Mundial
das Igrejas. (MZ)