ANGELUS: PAPA PEDE ORAÇÕES PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS
Cidade do Vaticano, 22 jan (RV) - Foi um Angelus particular, o deste domingo,
para Bento XVI. Um Angelus que se inseriu, como o próprio Santo Padre explicou, na
metade da Semana de oração pela unidade dos cristãos. "Um dia seremos uma coisa só"
e este é o objetivo do caminho ecumênico. Um objetivo que, explicou o Papa, pode ser
alcançado somente com perseverança e fé.
Bento XVI anunciou novamente que sua
primeira encíclica _ "Deus caritas est" _ será publicada na próxima quarta-feira,
dia do encerramento da semana ecumênica. No Brasil esta semana é celebrada entre as
festas da Ascensão e Pentecostes.
A manhã de hoje foi marcada também, pelo
início das celebrações pelo V centenário da instituição da Guarda Suíça. De fato,
na capela Sistina, o Cardeal Secretário de Estado, Angelo Sodano celebrou a santa
missa para os membros da Guarda Suíça e para seus familiares, para comemorar a chegada
a Roma, há cinco séculos, dos primeiros guardas suíços, que formam a guarda pessoal
do Santo Padre.
Ao meio-dia (hora de Roma), o piquete de honra composto por
70 guardas suíços presente na Praça São Pedro, recebeu uma bênção apostólica especial
do Santo Padre e, antes do início do Angelus, tocou o hino pontifício.
Bento
XVI falou novamente sobre sua presença na Basílica de São Paulo "fora dos muros",
para o encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, ocasião em que
rezará, junto com representantes das Igrejas ortodoxas e protestantes, a fim de invocar
de Deus, o dom da unidade. Em seguida o Papa falou da Semana de Oração...
"Trata-se
de uma iniciativa que nasceu no século passado, e que conheceu um positivo desenvolvimento,
tornando-se, cada vez mais, um momento ecumênico de referência, no qual os cristãos
das diversas confissões em todo o mundo, rezam e refletem, a partir de um mesmo texto
bíblico."
Neste ano o trecho escolhido é o de Mateus, capítulo 18, no qual
são apresentados alguns ensinamentos de Jesus e que se referem à comunidade dos discípulos.
Entre outras coisas, Jesus afirma: "Se dois de vós se unirem na terra para pedir qualquer
coisa, hão de consegui-lo do meu Pai que está nos céus. Porque onde dois ou três estiverem
reunidos em meu nome, eu estarei ali no meio deles."
"Quanta confiança e quanta
esperança infundem essas palavras do Senhor Jesus! Em particular, essas palavras levam
os cristãos a pedir juntos, ao Senhor Deus, a plena unidade entre eles, unidade que
Cristo mesmo, com grande insistência, pediu ao Pai na Última Ceia."
Por isso,
prosseguiu o Santo Padre, é importante que os cristãos invoquem o dom da unidade com
"perseverança constante". Se o fizermos com fé _ acrescentou o Papa _ podemos estar
certos de que o nosso pedido será ouvido. Não sabemos como, nem quando, porque não
cabe a nós conhecê-lo, mas não devemos duvidar que um dia seremos "uma só coisa",
como Jesus e o Pai estão unidos no Espírito Santo.
"A oração pela unidade constitui
a alma do movimento ecumênico que, graças a Deus, progride no mundo inteiro. Certamente
não faltam as dificuldades e as provas, mas também elas são de utilidade espiritual,
porque nos impulsionam a exercitar a paciência e a perseverança e a crescer na caridade
fraterna. Deus é amor, e somente convertendo-se a Ele e aceitando a sua Palavra nos
encontraremos todos unidos no único Corpo místico de Cristo" _ concluiu o Papa.
Em
seguida, rezou a oração mariana do Angelus e concedeu a todos a sua bênção apostólica.
Depois
do Angelus, o Papa dirigiu o seu pensamento às populações da Costa do Marfim, abaladas
pelas desordens dos últimos dias: "Entre as tantas preocupações pela situação internacional,
meu pensamento se volta hoje, para a África e, em particular, para a Costa do Marfim,
onde persistem graves tensões entre os vários componentes sociais e políticos do país.
A todos dirijo um convite a prosseguir no diálogo construtivo, em vista da reconciliação
e da paz". (SP)