2006-01-17 14:35:27

Bento XVI e o Ecumenismo


......Passados apenas oito meses do seu pontificado, o Papa Bento XVI já deu provas de que o ecumenismo constitui uma das grandes prioridades da sua missão Papal. Na sua primeira mensagem, dirigida aos Cardeais eleitores, afirmou que o actual Papa "assume como compromisso primário o de trabalhar sem poupar energias na reconstituição da plena e visível unidade de todos os seguidores de Cristo. Esta é a sua ambição, este é o seu impelente dever"(1). Não é algo novo, mas antes reafirma a missão começada já nos anteriores Papas Paulo VI, (que assinou o Decreto conciliar Unitatis redintegratio) e João Paulo II, que fez deste documento a inspiração do seu Pontificado.

O Ecumenismo baseia-se obviamente naquilo que nos une e não no que nos separa, reconhecendo o longo caminho já percorrido em favor da unidade. Este caminho, marcado por temores e hesitações, tem dado os seus passos e frutos, como reconhece num outro discurso dirigido à Delegação do Patriarcado ecuménico de Constantinopla (2).

A par destes gestos sinceros e significativos, um outro campo de encontro das várias Igrejas é o da reflexão teológica. Como teólogo, o Papa é particularmente sensível a este aspecto, embora reconhecendo a sua enorme dificuldade.

Contra aquilo que se pode chamar um "Ecumenismo de volta" - renegar a própria tradição e história de Fé, em favor da unidade - o Papa acentua uma necessária "unidade na multiplicidade e multiplicidade na unidade"(3). Deste modo, reafirma que "a unidade que buscamos não é absorção nem fusão, mas respeito pela plenitude multiforme da Igreja"4.

Este desafio que Bento XVI nos lança deve estar pleno de esperança e dum entranhado realismo. É um apelo urgente lançado a toda a Igreja católica pelo seu pastor e cabeça. Para todos os fiéis, é um chamamento ao acolhimento, à escuta, à partilha e à aceitação, sabendo que contamos com a força da oração e a luz do Espírito Santo. À medida das forças e possibilidades de cada um, somos conscientes que a unidade (ou a divisão) começam no interior do próprio coração.

Pe. Lourenço Eiró,
Ecclesia








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