BISPOS EUA PEDEM POSIÇÃO DO GOVERNO SOBRE FIM DA OCUPAÇÃO
Washington, 14 jan (RV) - Os bispos católicos norte-americanos pedem uma posição
do governo de Washington sobre o fim da ocupação no Iraque.
"As forças militares
de nossa Nação devem permanecer no Iraque o mínimo indispensável para uma transição
responsável: o quanto antes se retirarem, melhor" _ disse Dom Thomas Gerard Wenski,
Bispo de Orlando, Flórida, apresentando um documento de oito páginas, da Conferência
Episcopal, enviado à Casa Branca e ao Congresso.
"Reduzir o número de soldados
é insuficiente _ prosseguiu Dom Wensky _ os EUA devem mandar sinais claros de que
não estão ocupando o Iraque "por tempo indeterminado", mas sim ajudando o país a assumir
o pleno controle do governo."
O documento examina os fracassos e sucessos no
Iraque, e destaca que os Bispos estão "profundamente céticos" com a doutrina Bush
da guerra preventiva. Além disso, recordam que as armas de destruição em massa não
foram encontradas, que 2.100 soldados norte-americanos e dezenas de milhares de iraquianos
foram mortos, que prisioneiros sob custódia norte-americana foram torturados e que
a violência não cessou nas ruas do Iraque.
O documento dos bispos, todavia,
não usa a palavra "retirada", termo que, segundo Dom Wenski, foi intencionalmente
evitado, em benefício do conceito de "transição", para não se dar a impressão de que
os bispos pediam uma partida imediata. "Nossa Nação está numa encruzilhada" _ lê-se
no documento dos bispos.
Em algum momento, o texto critica a posição dos soldados,
Embora discutindo sobre as graves questões morais da decisão de invadir o Iraque,
os bispos não colocam em dúvida a integridade moral de quem serve as forças armadas.
A
Conferência Episcopal reitera sua oposição a toda forma de tortura, pedindo aos Estados
Unidos que respeitem os acordos internacionais e o preceito constitucional que proíbe
punições cruéis. Enfim, o documento pede liberdade religiosa no Iraque, a proteção
dos refugiados e das pessoas que buscam asilo. (CM)