A MORTE DE JOÃO PAULO II E A ELEIÇÃO DE BENTO XVI FORAM MOMENTOS DE SERENIDADE, APESAR
DA MULTIDÃO ENTÃO PRESENTE
Cidade do Vaticano, 13 jan (RV) - Apesar da enorme multidão de pessoas que,
literalmente, invadiu Roma nos dias sucessivos à morte de João Paulo II e precedentes
à eleição de Bento XVI, não se verificou nenhum delito no Vaticano.
"Um aparato
judiciário ágil e harmônico em seu orgânico, em condição de administrar uma justiça
sempre eqüitativa, tempestiva e autorizada": esse é o objetivo almejado pela magistratura
vaticana, como disse, esta manhã, o Promotor de Justiça Nicola Picardi, em sua conferência
de inauguração do ano judiciário vaticano. Estiveram presentes na cerimônia, entre
outros, o Cardeal Secretário de Estado, Angelo Sodano, e algumas altas personalidades
institucionais e judiciárias da República italiana.
Por ocasião da morte de
João Paulo II e da eleição de Bento XVI, o Vaticano viu milhões de pessoas concentradas,
em poucos dias e em poucos espaços _ uma situação ideal para a ocorrência de furtos.
E, no entanto, nem mesmo um só caso desse tipo foi verificado, de 2 de abril (dia
da morte de João Paulo II) a 24 do mesmo mês, data do início solene do pontificado
de Bento XVI.
Uma circunstância extraordinária que marcou a abertura da conferência
inaugural do novo ano judiciário vaticano, proferida pelo Promotor Nicola Picardi:
"A circunstância è ainda mais excepcional porque a experiência nos ensinou que o número
de denúncias, e, portanto, dos inquéritos, aumentam em progressão geométrica nos períodos
de maior afluência de peregrinos e turistas e, nas duas circunstâncias anteriormente
recordadas, houve uma afluência extraordinária, estimada em, pelo menos, seis milhões
de pessoas."
O Promotor de Justiça concluiu sua conferência, reiterando seu
pedido para que o Estado da Cidade do Vaticano possa aderir Acordo de Schengen, a
fim de aperfeiçoar "as medidas de tutela da segurança", numa época marcada pelo terrorismo
internacional. (RL)