2006-01-12 16:08:13

Papa pede que não se dê legitimação a formas improprias de matrimónio, e pede medidas de apoio á vida e á familia


Bento XVI proferiu esta manhã, no Vaticano, um discurso de apoio à família e à “vida nascente”, pedindo aos governantes que implementem políticas de apoio às mesmas, passando também pelo cuidado com os idosos e a saúde dos cidadãos.
Foi o que afirmou Bento XVI recebendo nesta quinta feira em audiência no Vaticano o Presidente da Câmara de Roma e os presidentes da província de Roma e da região do Lácio, com as respectivas juntas.

“A tutela da vida nascente pede atenção e empenho: é preciso ter cuidado para que não faltem ajudas concretas para as grávidas que se encontram em condições de dificuldade”, disse o Papa, que se manifestou ainda contra a introdução de “fármacos que escondam, de algum modo, a gravidade do aborto como escolha contra a vida”, numa alusão indirecta à chamada “pílula do dia seguinte”.
É um grave erro obscurecer o valor e as funções da família legitima fundada no matrimónio, atribuindo a outras formas de união impróprios reconhecimentos jurídicos , nos quais, na realidade, não existe nenhuma exigência social efectiva.
Segundo o Papa o matrimónio como instituição não é uma ingerência indevida da sociedade ou da autoridade, a imposição de uma forma a partir de fora, é pelo contrário exigência intrínseca do pacto de amor conjugal. Não se trata – explicou - de normas peculiares da moral católica, mas de verdades elementares que dizem respeito á nossa humanidade comum: respeitá-las é essencial para o bem da pessoa e da sociedade.
Estas questões, prosseguiu, interpelam as responsabilidades dos Administradores públicos e as competências normativas, e são quanto mais oportunas todas aquelas medidas que possam servir de ajuda aos jovens casais na formação de uma família e á própria família na geração e educação dos filhos, e a este propósito o Papa lembrou “os custos da habitação, dos jardins de infância e dos infantários para os bebés”.
Lembrando que vivemos “numa sociedade cada vez mais envelhecida”, o Papa declarou que é fundamental apostar “na assistências aos idosos”, bem como “no cuidado com a saúde dos cidadãos”.

Bento XVI aludiu a uma realidade que também se vive no nosso país, ao observar que “no campo da saúde, os contínuos desenvolvimentos científicos e tecnológicos, bem como o empenho na contenção de custos, devem ser promovidos tendo em conta o superior princípio da centralidade da pessoa do doente”. Na linha do que escreveu na mensagem para o Dia Mundial do Doente, o Papa alertou em especial para a situação dos doentes psiquiátricos, fazendo votos para que nem eles nem as suas famílias “fiquem sem ajuda”.
No seu discurso Bento XVI quis salientar também o facto das populações de Roma e do Lácio terem mostrado com extraordinária e comovente evidencia, nos meses da doença e morte de João Paulo II a intensidade da sua resposta de amor ao amor de João Paulo II.
Desejo manifestar -disse o Papa – a minha mais viva gratidão ás Instituições que representais pelo grande contributo que soubestes oferecer no acolhimento de milhões de pessoas, vindas a Roma de todas as partes do mundo para prestar a ultima homenagem ao saudoso Pontífice e depois também por ocasião da minha eleição á Sede de Pedro.
Na verdade- prosseguiu Bento XVI – Roma e o Lácio, como aliás a Itália e a humanidade inteira, viveram naqueles dias uma profunda experiência espiritual, de fé e de oração, de fraternidade e de redescoberta dos bens que tornam digna e rica de significado a nossa vida. Uma tal experiência não deve permanecer privada de frutos também no âmbito da comunidade civil, das suas tarefas e das suas múltiplas responsabilidades e relações. Penso em particular- acrescentou o Papa – naquele terreno bastante sensível e decisivo para a formação e a felicidade das pessoas e para o futuro da sociedade, que é representado pela família.








All the contents on this site are copyrighted ©.