REPRESENTANTE DA SANTA SÉ NA ONU PRONUNCIA-SE CONTRA DIFUSÃO DE ARMAS LEVES NO MUNDO
Nova York, 10 jan (RV) - O Observador Permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino
Migliore, falando ontem, na sede do organismo, em Nova York, ressaltou que é tempo
de se iniciar uma séria reflexão sobre a possibilidade de negociar um instrumento
legal vinculador, para conter o comércio internacional de armas. A exortação de Dom
Migliore foi feita tendo em vista a preparação para a Conferência sobre a prevenção
e eliminação do comércio ilícito de armas leves.
O novo instrumento para combater
o tráfico ilícito de armas _ sugeriu o Arcebispo _ deveria ser baseado nos mais importantes
princípios internacionais da lei e, em particular, nos direitos humanos e nas normas
que regulam questões humanitárias.
Um instrumento desse gênero poderia contribuir,
de maneira eficaz, para erradicar o tráfico ilícito e para ressaltar as responsabilidades
dos Estados. O ponto-chave, segundo Dom Migliore, é prestar realmente grande atenção
para reduzir a procura de pequenas armas e das armas leves.
O prelado ressaltou
que é importante alcançar o nível da sociedade civil para entender as dinâmicas que
dão sinal verde aos conflitos, aos crimes e à violência. O objetivo real deve ser
o de "promover uma verdadeira cultura da paz e da vida entre todos os membros da sociedade".
Esse é o segredo para reduzir a procura de armas.
Indicando a direção rumo
à qual deve ser orientada a reflexão para o futuro, Dom Celestino Migliore ressaltou
a importância de encontros como o de ontem, segunda-feira, que mantêm atualizado o
debate, após a adoção, em 2001, do Programa de Ação para prevenir, combater e erradicar
o comércio ilícito de armas pequenas ou leves.
"Esse Programa de Ação _ recordou
o Observador Permanente da Santa Sé na ONU _ foi um primeiro passo fundamental para
solucionar a questão." (RL)