Cristo, Filho de Deus, nosso irmão e salvador: na primeira audiência geral de 2006
Bento XVI comenta o hino do início da Carta de São Paulo aos Colossenses
Na primeira audiência geral de 2006, com largos milhares de fiéis congregados na Aula
Paulo VI, do Vaticano, e outros tantos na basílica de São Pedro, o Papa desenvolveu
uma catequese sobre o hino cristológico do início da Carta de São Paulo aos Colossenses. “Enquadrado
por toda uma ampla fórmula de acção de graças” (observou Bento XVI), este cântico
dá-nos como que o tom espiritual de que temos necessidade para bem vivermos estes
primeiros dias de 2006 e para prosseguirmos depois o nosso caminho ao longo do novo
ano.
Iniciado com o louvor de Deus, “o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”,
nascente da salvação, o hino desenvolve-se depois em duas partes. Cristo, “imagem
do Deus invisível”, “primogénito de todas as criaturas” torna presente o Deus invisível.
Ele precede todas as criaturas, não apenas em razão da sua vida eterna, mas sobretudo
pela sua obra criadora: “tudo nasceu por meio d’Ele”. O segundo tempo deste hino
está marcado pela figura de Cristo Salvador na história da humanidade. A sua obra
revela-se antes de mais no facto de ser “a cabeça do corpo, a cabeça da Igreja”. Ele
é “o primogénito de entre os mortos”, que nos abre as portas da vida eterna, arrancando-nos
à morte e ao mal. Contemplemos a obra de Deus que, porque se fez homem, realizou
a nossa salvação. Cristo é o Filho de Deus salvador, mas também nosso irmão, e é nesta
proximidade que ele difunde em nós o dom divino – foi este o convite do Papa, a concluir
esta sua primeira audiência geral de 2006.