Lisboa, 02 jan (RV) - Embora reconhecendo a situação de crise que o país atualmente
atravessa, além do nível das contas públicas, os bispos portugueses entendem que "é
sempre negativo obrigar as famílias a ganharem, em termos reais, menos do que no ano
anterior".
Dom Jorge Ferreira da Costa Ortiga, Arcebispo de Braga e Presidente
da Conferência Episcopal Portuguesa, disse ao jornal "Correio da Manhã" que, "apesar
de toda a conjuntura desfavorável, o governo podia certamente ir um pouco mais longe
e aproximar os aumentos, dos valores da inflação prevista".
"Quando os bens
e serviços essenciais, como a alimentação, a água, luz, transportes e outros sofrem
aumentos superiores aos dos salários, é natural que as pessoas fiquem preocupadas"
_ disse o prelado.
Manifestando "grande preocupação" com a situação social
e econômica que as famílias portuguesas atravessam, sobretudo as que têm rendimentos
mais baixos, Dom Jorge disse que "o governo deve empenhar-se, sempre e cada vez mais,
no combate às desigualdades sociais que teimam em manter-se no nosso país". (MZ)