EM 2005, 26 RELIGIOSOS PEDERAM A VIDA PELA CAUSA DO EVANGELHO: O DOBRO DE 2004
Cidade do Vaticano, 31 dez (RV) - Em 2005 foram mortos 26 membros da Igreja,
entre bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, quase o dobro de 2004,
segundo informações da agência missionária de notícias _ FIDES.
"A contagem
não se restringe apenas aos missionários "ad gentes" em sentido estrito, mas a todo
o pessoal eclesiástico morto de modo violento ou que sacrificou a vida consciente
do risco que corria, sem jamais abandonar o compromisso de testemunho e de apostolado"
_ esclarece a FIDES.
Os italianos mortos foram três, todos em setembro: P.
Giuseppe Bessone, no Brasil; P. Angelo Redaelli, no Congo; e P. Ignazio Bara, na Índia.
"Alguns deles foram encontrados horas ou dias após a morte, quase sempre vítimas de
agressões ou roubos a mão armada perpetrados em contextos sociais de particular violência,
degradação humana e pobreza, circunstâncias que tentavam aliviar, com sua presença
e seu trabalho.
Com relação aos lugares onde, em 2005, registrou-se o maior
número de vítimas, em primeiro lugar está a América, que assistiu à morte violenta
de 8 sacerdotes, 2 religiosas e 2 religiosos. A Colômbia continua sendo a Nação onde
os conflitos sociais são mais agudos e a Igreja paga um forte tributo pelo seu compromisso
em prol da reconciliação e da justiça social, em nome do Evangelho. Ali foram mortos
4 sacerdotes e uma religiosa.
Ainda na Colômbia entre as vítimas desse longo
e sangrento conflito, foram mortos dois sacerdotes "por erro" dos guerrilheiros. Outros
dois sacerdotes foram mortos no México: trabalhavam em zonas de grande degradação,
em meio à violência e ao tráfico de drogas.
Uma religiosa envolvida na Comissão
Pastoral da Terra ao lado dos trabalhadores do campo, e outros dois sacerdotes encontraram
a morte no Brasil.
Dois religiosos missionários, engajados no serviço aos pobres,
foram mortos com um único tiro na Jamaica,quando se encontravam em sua comunidade,
em Kingston. Isso mostra o clima de insegurança que tomou conta da capital jamaicana.
A África foi banhada com o sangue de um bispo, 6 sacerdotes e um leigo. Foram
encontrados mortos em sua residência, provavelmente vítimas de ladrões, ou eliminados
deliberadamente, com furor sanguinário, no Quênia, República Democrática do Congo,
Congo-Brazzaville e Nigéria. Dentre eles emerge a figura do sacerdote congolês P.
François Djikulo, morto de modo selvagem, juntamente com um leigo que o acompanhava
em sua missão de paz.
Também no continente asiático houve sangue derramado
pela causa do Evangelho: 3 sacerdotes mortos na Índia e um na Indonésia. Dos sacerdotes
indianos se recorda o sacrifício de P. Ignazio Bara, mártir da paz, morto quando tentava
evitar o conflito iminente entre um grupo tribal e um grupo fundamentalista hindu,
numa área marcada por conflitos entre as etnias.
Por fim, devemos também registrar
os dois sacerdotes mortos na Europa: o primeiro em Bruxelas, engajado na acolhida
aos imigrantes e a todos os que batiam à sua porta; e o segundo na Rússia, perto de
Moscou, onde estava reconstruindo a comunidade paroquial. (MZ)