DESPERTA, Ó HOMEM DO TERCEIRO MILÊNIO! NO NATAL, O ONIPOTENTE SE FAZ MENINO E PEDE
AJUDA E PROTEÇÃO
Cidade do Vaticano, 25 dez (RV) - Ao meio-dia deste domingo, do Natal do Senhor,
Bento XVI assomou ao balcão central da Basílica de São Pedro, para a tradicional bênção
"urbi et orbi" (à cidade de Roma e ao mundo).
Roma amanheceu sob uma pesada
capa de nuvens escuras, e com uma chuva fina e persistente que, todavia, não impediu
que milhares de fiéis e peregrinos se reunissem na Praça São Pedro, para ouvir a mensagem
de Natal do Pontífice e receber a sua bênção "urbi et orbi".
Antes de saudar
os fiéis em 32 línguas diversas, Bento XVI falou sobre o significado daquela noite
santa, quando o Filho de Deus Se fez homem e veio habitar entre nós. O anúncio para
acolher o Salvador é dirigido também a nós, homens e mulheres do terceiro milênio...
"Que
a humanidade atual não hesite em fazê-Lo entrar em suas casas, nas cidades, nas nações
e em qualquer ângulo da terra! É verdade que, ao longo do milênio há pouco terminado,
e de modo especial nos últimos séculos, foram muitos os progressos realizados em campo
técnico e científico; podemos hoje dispor de vastos recursos materiais. Mas há um
porém _ observou _ o homem da era tecnológica corre o risco de ser vítima dos próprios
êxitos de sua inteligência e dos resultados de suas capacidades inventivas, caminha
para uma atrofia espiritual, um vazio do coração."
"Por isso _ afirmou Bento
XVI _ é importante abrir a mente e o coração ao Natal de Cristo, acontecimento de
salvação capaz de imprimir uma renovada esperança à existência de todo o ser humano."
"Desperta,
ó homem do terceiro milênio! No Natal, o Onipotente se faz menino e pede ajuda e proteção;
com seu modo de ser, Deus põe em crise o nosso modo de ser homens; o seu bater às
nossas portas interpela-nos, interpela a nossa liberdade e nos pede para revermos
a nossa relação com a vida e o nosso modo de concebê-la."
Muitas vezes, afirmou
o Papa, a Idade Moderna é apresentada como um despertar do sono da razão, como se
a humanidade, saindo dum período escuro, chegasse à luz. Mas, sem Cristo, a luz da
razão não basta para iluminar o homem e o mundo.
O Santo Padre pediu, portanto,
que o homem moderno se deixe conduzir pelo Menino de Belém. Que a força vivificante
de sua luz dê-lhe coragem para se empenhar na edificação de uma nova ordem mundial
_ uma nova ordem fundada em relações éticas e econômicas justas.
"Unida _ sublinhou
o Pontífice _ a humanidade poderá enfrentar os numerosos e preocupantes problemas
da atualidade: desde a ameaça terrorista às condições de humilhante pobreza em que
vivem milhões de seres humanos; desde a proliferação das armas às pandemias e à degradação
ambiental que ameaçam o futuro do planeta.
O Papa citou os conflitos abertos
na África, em especial na região sudanesa de Darfur, e em outras regiões da África
central. Falou ainda da Terra Santa, do Iraque e do Líbano, onde os sinais de esperança
devem ser confirmados.
Lembrou a península coreana e outros países asiáticos
e, também, a América Latina. Para o nosso continente, o Papa pediu que Deus induza
os povos latino-americanos a viverem em paz e concórdia.
No Natal, afirmou,
o nosso espírito se abre à esperança ao contemplar a glória divina escondida na pobreza
de um Menino. "Aceitar esse paradoxo, o paradoxo do Natal _ concluiu Bento XVI _ é
descobrir a Verdade que liberta, o Amor que transforma a existência." (BF)