CONSTATAÇÃO "ALARMANTE": BÍBLIA É O LIVRO MAIS LIDO NA ARGENTINA
Buenos Aires, 23 dez (RV) - A Secretaria dos Meios de Comunicação da Presidência
da República Argentina realizou um estudo sobre os hábitos de leitura no país, e chegou
à conclusão que o livro mais lido é a Bíblia, qualificando esse fato _ textualmente
_ como "alarmante", por ser a Bíblia uma literatura religiosa.
"É lamentável
que uma Secretaria de Estado sofra de uma miopia histórica, cultural e social tão
grande" _ afirmaram o Diretor-geral e o Presidente da Sociedade Bíblica Argentina,
respectivamente Dr. Marcelo A. Figueroa e o Rev. Salvador Dellutri, numa nota publicada
em Buenos Aires, no último dia 21 de dezembro.
"A Bíblia _ diz a nota _ foi
a base ética que formou a identidade ocidental e serve de ponte para unir Oriente
e Ocidente. É na lei mosaica, nos dez mandamentos que está a pedra fundamental que
sustenta a legislação de todos os países ocidentais, e foi em suas páginas que se
inspiraram os grandes gênios da arte ocidental como Bach, Michelangelo ou Dante Alighieri."
Os
responsáveis pela Sociedade Bíblica Argentina recordam à Secretaria de Estado "que
a religiosidade de um povo é parte inerente e inseparável de sua cultura e, sendo
a Bíblia a base na qual se sustentam as religiões judaica, católica, ortodoxa e evangélica,
a declaração (da Secretaria) além de infeliz, é discriminatória".
"Tampouco
se pode ignorar o significado sócio-lingüístico da Bíblia, livro traduzido para mais
de 2.700 línguas _ prossegue a nota da Sociedade Bíblica _ que, em nosso país, é,
na maior parte dos casos, o único livro de texto em sua própria língua, para os wichís,
chorotes, tobas, pilagás, mocovíes, etc.. Esses povos não somente encontraram em suas
páginas, os valores transcendentais da fé, mas também "um dicionário" de sua língua
materna."
"De nossa parte, o dado estatístico citado nos alegra. Alarmante,
para nós, é que a Secretaria dos Meios de Comunicação da Presidência da Nação, tratando
de um tema inerente à cultura, faça afirmações com tanta superficialidade e falta
de informação" _ arrematam os responsáveis pela Sociedade Bíblica Argentina. (MZ)