2005-12-21 18:43:26

EPISCOPADO ARGENTINO ANALISA POSSIBILIDADE DE PEDIR REUNIÃO COM KIRCHNER


Buenos Aires, 21 dez (RV) - Até sexta-feira passada, havia a impressão generalizada na Igreja e no segundo escalão do governo argentino, de que o ano acabaria sem um encontro entre o Presidente Néstor Kirchner e a presidência do Episcopado do país, segundo informa o jornal "Clarín", em sua edição eletrônica de segunda-feira.

O Presidente estava envolvido com o seu anúncio de cancelamento da dívida, e os bispos, preocupados com as celebrações natalinas. Mas no final da semana, Kirchner parece ter dado "sinal verde" e as esperanças de um encontro se reacenderam: "Quando quiserem, eu me encontrarei com os bispos. Basta que me peçam uma audiência. Nunca fui convidado pelo Episcopado" _ disse o Presidente ao "Clarín".

Fontes eclesiásticas não descartaram _ frente a esse sinal do Presidente _ que a liderança do Episcopado considere a possibilidade de solicitar este encontro com ele. Neste caso, a decisão estaria nas mãos do Presidente da Conferência Episcopal, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, do primeiro Vice-presidente, Dom Luis Villalba, e do segundo, Dom Agustín Radrizzani, além do Secretário-geral, Dom Sergio Alfredo Fenoy.

Há tempos os desencontros e desconfianças permeiam as relações entre o governo e a Igreja, na Argentina. O diálogo entre o Presidente e os responsáveis pela Igreja deixou de existir há mais de um ano e, neste meio tempo, as relações se deterioraram, em razão de uma série de fatos, como a decisão de Kirchner, de exonerar unilateralmente, o Bispo castrense, Dom Antonio Baseotto, por suas duras críticas ao Ministro da Saúde, Ginés González García.

O último episódio se deu há um mês, quando Kirchner criticou duramente os bispos, por seu último documento.

Desde que os desencontros tiveram início, percebeu-se a conveniência de que o Presidente e os bispos se reunissem, para encurtar distâncias e recriar a confiança mútua. Nesse contexto, há quem pense que o novo responsável pela Pastoral Social, Dom Jorge Casaretto, que tem bom acesso à Casa Rosada, poderia ser a figura-chave na reconstrução do canal de diálogo.

O problema agora, é que os bispos estão em tempo de celebrações natalinas e, em janeiro, o Cardeal Bergoglio viajará à Espanha para dirigir um retiro espiritual para os bispos espanhóis. Qualquer iniciativa no sentido de um encontro com Kirchner deve ser rápida, ou poderia se perder. (MZ)







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