O principio de laicidade não pode excluir a Igreja da vida pública; é necessário uma
sã distinção dos poderes e diálogo entre Estado e Igreja, salientou nesta segunda
feira Bento XVI recebendo no Vaticano o novo Embaixador da França junto da Santa Sé
para a apresentação das Cartas Credenciais
O principio da laicidade no respeito das competências do Estado e da Igreja não
pode significar que esta ultima seja excluída da vida da sociedade. Foi o que afirmou
na manhã desta segunda feira Bento XVI recebendo em audiência no Vaticano para a apresentação
das cartas Credenciais o novo Embaixador da França junto da Santa Sé O principio
de laicidade – salientou o Papa – consiste numa sã distinção dos poderes Que não
é de maneira nenhuma uma oposição e que não exclui em todo o caso que a Igreja participe
cada vez mais activamente na vida da sociedade, no respeito de cada um. Uma tal
concepção deve também permitir uma maior autonomia da Igreja, tanto na sua organização
como na sua missão. A Este propósito o Papa saudou a existência e os encontros das
instancias de diálogo entre a Igreja e as autoridades civis a todos os níveis. No
seu discurso Bento XVI voltou a reafirmar a importância da família fundada no matrimónio,
que representa o fundamento da vida social e tem um papel insubstituível na educação
dos jovens. Ao novo Embaixador da França o Papa pediu que a família seja ajudada
e sustentada para que não falte á sua missão educativa e os jovens sejam deixados
sozinhos. A família – explicou o Papa associando autoridade e apoio afectivo transmite
aos jovens os valores indispensáveis ao seu amadurecimento pessoal , e o sentido do
bem comum. A França e as outras nações europeias- salientou ainda o Papa enfrentando
um outro problema de grande actualidade, devem dar um passo suplementar para integrar
toda a sociedade em nome da dignidade intrínseca de cada pessoa e do seu papel central
na sociedade; a paz social depende em grande parte disto. Bento XVI recordou que
a França está a viver um período difícil no plano social que faz aparecer a profunda
insatisfação de uma parte dos jovens. Uma tal situação – explicou – parece estar enraizada
não só nas periferias das grandes cidades, mas em todas as camadas da população. E
sublinhou a concluir que as violências internas que não podem deixar de ser condenadas
representam uma mensagem, sobretudo da parte dos jovens que nos convida a tomar em
consideração os seus pedidos, a ter uma resposta á altura destas tensões dramáticas
da nossa sociedade.