2005-12-17 12:22:50

Preocupação da Igreja com o aumento da mobilidade estudantil reafirmada no II encontro internacional de estudantes estrangeiros


O crescimento do número de universitários estrangeiros em todo o mundo exige respostas novas da Igreja e das instituições do Ensino Superior. Esta é uma das conclusões do II Encontro Internacional de Estudantes Estrangeiros, convocado pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI), que se concluiu esta sexta feira em Roma.

O Cardeal Stephen Fumio Hamao, presidente do Dicastério organizador, lembrou que os que têm necessidade de sair do seu país para estudar, sobretudo os provenientes do sul do mundo, sofrem muitos "choques culturais”. O que provoca esses choques é a "sensação de se sentir observado e tratado com desconfiança, que se transforma, às vezes, em violência, xenofobia e até mesmo racismo".

Segundo dados avançados no congresso, há 2 milhões os estudantes estrangeiros no mundo e, nos próximos 20 anos, esse número poderia chegar aos 10 milhões. "O fenómeno da mobilidade estudantil tem-se intensificado nas últimas décadas e a isso corresponde o crescente interesse pastoral da Igreja por esse específico sector", observou o Cardeal Hamao, recordando que o magistério da Igreja sempre ressaltou a função que os estudantes estrangeiros desempenham no desenvolvimento técnico e cultural do terceiro mundo. Contudo não deixou de evidenciar "os problemas concretos e as frequentes dificuldades que eles encontram, pelo facto de estarem longe de casa".

A situação dos estudantes estrangeiros no mundo, a pastoral do acolhimento e da solidariedade, os agentes de uma pastoral de comunhão entre a Igreja de origem e de chegada, entre as universidade e as estruturas pastorais da Igreja, entre a fé e a ciência, a dimensão ecuménica, inter-religiosa e inter-cultural da pastoral dos estudantes estrangeiros, a pastoral missionária e dialogante foram alguns dos temas trabalhados ao longo deste evento.

Já ontem, Bento XVI dirigiu uma saudação especial aos estudantes estrangeiros inscritos nas ateneus de Roma. “A vossa presença - recordou o Papa - constitui um fenómeno em aumento e representa para a Igreja um importante campo de acção pastoral. De facto os jovens que deixam o próprio país por motivos de estudo vão ao encontro de não poucos problemas e sobretudo ao risco de uma crise de identidade, de uma perda dos valores espirituais e morais”.

“A possibilidade de estudar no estrangeiro é, para muitos jovens, uma oportunidade única para se tornarem capazes de contribuir melhor para o desenvolvimento dos próprios países, e também de participar de uma maneira activa na missão da Igreja. É importante prosseguir no caminho empreendido para ir ao encontro das necessidades destes nossos irmãos”, concluiu.








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