2005-12-17 18:01:27

BISPO DIZ QUE LULA ABRIU NOVA FASE DE DEBATES SOBRE INTEGRAÇÃO DO SÃO FRANCISCO


Brasília, 16 dez (RV) - Em setembro passado, Dom Luiz Flávio Cappio, Bispo de Barra, oeste baiano, fez uma greve de fome de 11 dias, contra a obra de integração do rio São Francisco a outras bacias do Nordeste brasileiro, e chamou a atenção do país para as críticas de pesquisadores e movimentos sociais ao projeto do governo federal.

Nesta quinta-feira, dia 15, totalmente recuperado, Dom Cappio foi recebido pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois conversaram por quase duas horas. Ao final, Dom Cappio comemorou o que chamou de abertura de uma nova fase de debates sobre a obra.

Houve uma primeira fase de debates, com cerca de 50 audiências públicas organizadas pelo Ministério da Integração Nacional. Dom Cappio considera que essas audiências não aceitaram opiniões contrárias à obra. A greve de fome foi encerrada com o compromisso do governo de retomar o diálogo.

Essa reunião de ontem, com Lula "dá início à participação da sociedade na discussão de um modelo de desenvolvimento baseado na convivência com o semi-árido, que priorize os direitos dos pequenos". Pelo que ouvimos do Presidente, a discussão será feita com começo, meio e fim, mas até que se chegue a uma conclusão satisfatória, seja por parte do governo, seja por parte da sociedade" _ revelou Dom Cappio, que conheceu Lula em 1994, e participou com ele da Caravana da Cidadania pelo Rio São Francisco, percorrendo o curso d'água, da nascente à foz.

"Hoje, Lula disse para mim que, com relação a esse projeto da transposição, vai agir sempre com serenidade. Tivemos uma conversa entre amigos e confirmamos nossa confiança mútua. Saí satisfeito, com a proposta do Presidente de manter aberta a discussão. Era tudo que desejava" _ afirmou o prelado.

Dom Cappio entregou ao presidente um documento no qual enumera 10 motivos para ser contrário à obra, e apresentou sugestões para uma "reforma hídrica" no semi-árido brasileiro, com ações que possibilitem a democratização da água. Ele admite a possibilidade de, caso a sociedade concorde, a integração ser feita dentro da reforma hídrica. (MZ)







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