2005-12-14 17:15:34

PROCESSO PELO HOMICÍDIO DE IR. DOROTHY: PRESSÃO AGORA É PELA CONDENAÇÃO DOS MANDANTES


Belém, 13 dez (RV) - Clodoaldo Carlos Batista e Raifran das Neves Sales começaram a cumprir, no último domingo, suas longas penas de reclusão, depois de terem sido condenados pelo assassinato da religiosa norte-americana, Ir. Dorothy Stang, no estado do Pará.

O julgamento dos dois foi visto como um teste para se medir a disposição do Brasil em combater os assassinatos ligados à disputa de terras na Amazônia.

Os aliados de Ir. Dorothy disseram que agora vão lutar para obter a condenação dos fazendeiros acusados de oferecer aos dois condenados, 50 mil reais para matar a ativista, que lutava contra o corte e a retirada de madeira valiosa da selva amazônica. "Isso é só o começo" _ disse Margaret, irmã de Dorothy Stang, enquanto ativistas se abraçavam no final do julgamento em Belém.

Vitalmiro Bastos de Moura _ um dos acusados de ser mandante do crime _ deverá ser julgado no primeiro semestre do ano que vem.

Raifran das Neves Sales foi condenado a 27 anos de reclusão por atirar contra Ir. Dorothy, de 73 anos. Clodoaldo Carlos Batista foi condenado a 13 anos, como cúmplice.

Nascida em Ohio, Ir. Dorothy defendeu, por 30 anos, os direitos dos agricultores à terra, e o meio ambiente. Quando morreu, estava organizando uma reserva federal, para que famílias pobres tivessem o seu plantio, sem derrubar a floresta.

O governo brasileiro e as Nações Unidas celebraram o julgamento como um primeiro passo para acabar com a corrupção e a impunidade que alimentam a violência na Amazônia. Muitos encaram a condenação do fazendeiro _ se isso acontecer _ como o verdadeiro teste nesse sentido. (MZ)







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