MEMBROS DA IGREJA NO IRAQUE COMENTAM AS IMINENTES ELEIÇÕES
Bagdá, 14 dez (RV) - Na vigília das eleições políticas no Iraque, cristãos
e muçulmanos se encontram numa encruzilhada: superar os próprios interesses de grupo,
para apoiar a reconstrução do país e a convivência sem o "medo do outro". Foi o que
afirmou o Bispo caldeu de Amadiyah, Dom Rabban Al-Qas.
O prelado critica "o
narcisismo político" dos cristãos, que se fecham em alguns partidos confessionais,
e dos muçulmanos, que preferem apoiar a luta islâmica contra os interesses nacionais.
Segundo o Bispo, o candidato que oferece mais esperança para o futuro do país é Iyad
Allawi. "Em todo caso _ salientou _ as eleições são uma ocasião para repensar a missão
dos cristãos no Iraque."
Já para o Núncio Apostólico no Iraque, Dom Fernando
Filoni, "o voto não representa somente a conclusão do itinerário democrático, mas
também um sinal de maturidade do povo iraquiano chamado a administrar sozinho o país".
"A
esperança _ afirmou o Núncio _ é que o voto represente também um passo rumo à reconciliação,
uma palavra difícil, levando em consideração o ódio e os medos que ainda persistem
entre grupos e setores da vida iraquiana."
Dom Filoni considera o voto importante
também em vista da retirada das tropas da coalizão. O governo iraquiano, recorda o
Núncio, já pediu às Nações Unidas para prorrogar a presença de soldados estrangeiros
no país, mas isso depende da segurança que se poderá ter no Iraque.(BF)