Doze milhões de pessoas com fome na Africa Austral
Um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação
dá conta da grave situação que a África Austral está a atravessar. São quase 12 milhões
de pessoas que precisam de alimentos “urgentemente”, com especial gravidade no Zimbabué
e no Malawi. Quase 12 milhões de pessoas na África Austral, especialmente no Zimbabué
e no Malawi, precisam “urgentemente” de alimentos, alertou a Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Num novo relatório sobre a situação
na região, a FAO manifestou ontem preocupação pela insegurança alimentar, apesar de
este ano haver melhores colheitas em relação ao ano passado. O documento alerta em
especial para a situação no Zimbabué, onde cerca de três milhões de pessoas recebem
mensalmente rações de cereais e legumes do Programa Alimentar Mundial (PAM).
Neste
país, segundo a organização, são necessárias 50 mil toneladas de milho, mas apenas
metade estão disponíveis, enquanto a quantidade de fertilizantes também está reduzida
a metade, relativamente a 2004. No Malawi, a situação também se agravou com o aumento
do preço do milho e um nível de ajuda que “deixa muito a desejar, apesar das promessas
de ajuda por parte dos doadores internacionais”, refere o documento.
A Somália
é já um constante caso de preocupação para a FAO, dado que mais de 900 mil pessoas
precisam de “ajuda urgente” e a situação agrava-se com a instabilidade no país, que
prejudica a distribuição de ajuda. O Sudão também atravessa uma situação “alarmante”,
especialmente na região de Darfur, onde persiste um conflito há quase três anos, que
provocou mais de 1,5 milhões de deslocados e refugiados. A lista de países com necessidades
urgentes inclui ainda a Eritreia, Etiópia, Níger, Mali e Mauritânia.
Moçambique
Entretanto,
a União Europeia atribuiu mais de cinco milhões de euros a sete projectos de desenvolvimento
rural, educação, saúde e bem-estar em seis províncias de Moçambique, dos quais 900
mil euros são para acções de desminagem no país. A UE e organizações não governamentais
europeias assinam hoje, em Maputo, acordos para a implementação destes projectos,
que incluem programas contra minas anti-pessoais em Moçambique.
Moçambique
vai ainda receber da China um donativo de um milhão de dólares para apoio às vítimas
e consequências da seca prolongada no país, disse ontem o embaixador de Pequim em
Maputo, Hong Hong.