Parlamento português distingue Comissão Nacional Justiça e Paz
O Parlamento português entregou esta segunda-feira uma medalha de ouro comemorativas
do 50º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem à Comissão Nacional
Justiça e Paz (CNJP), pelo trabalho desenvolvido na área social.
Este organismo
eclesial, criado há duas décadas pela Conferência Episcopal Portuguesa, com a finalidade
genérica de promover e defender os ideais da Justiça e da Paz à luz do Evangelho e
da doutrina social da Igreja. A Comissão actua sob sua própria responsabilidade, não
vinculando necessariamente a Hierarquia.
Armando Sales Luís, presidente da
CNJP, disse na cerimónia de entrega que o mérito do trabalho reside no conjunto de
parcerias que a Comissão consegue estabelecer em todas as dioceses, colaborando com
“muitos outros organismos, seculares, sociais e religiosos”.
Num balanço do
trabalho desenvolvido no último triénio, em que esteve à frente da CNJP, Sales Luís
assegura que “quisemos ir ao encontro ‘das mulheres e dos homens de boa vontade’,
de todos os que procuram a Justiça e a Paz, independentemente do credo ou religião
ou sua ausência, com envolvimento político ou associativo diverso”.
Prémio
Direitos Humanos
O Prémio Direitos Humanos 2005 foi atribuído, pelo Parlamento,
ao Banco Alimentar Contra a Fome, distinguindo o seu esforço de distribuir alimentos
aos mais carenciados.
A atribuição a esta organização governamental do prémio,
com um valor pecuniário de 25.000 Euros, foi decidida por unanimidade por um júri
constituído no âmbito da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos,
Liberdades e Garantias.
"É uma organização que, com muita criatividade e trabalho,
se dedica a combater a fome no nosso país", realçou o presidente da Comissão, o socialista
Osvaldo de Castro, na cerimónia de entrega do prémio, na Assembleia da República.
A
presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, aproveitou a distinção
para relembrar o trabalho desenvolvido pela organização há 13 anos. "Aproveitar onde
sobra para distribuir onde falta, é o lema do Banco Alimentar", afirmou Jonet, sublinhando
que em Portugal cerca de 20% da população vive abaixo do rendimento mínimo.
Num
balanço da actividade, cuja "espinha dorsal" é o trabalho voluntário, Isabel Jonet
deu conta que dos armazéns dos dez bancos alimentares contra a fome existentes em
Portugal saem diariamente 55 toneladas de alimentos (doados por empresas e particulares),
cujo destino maioritário seria a destruição.