Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa reuniu em Fátima: os bispos
pedem bom senso na questão dos Crucifixos
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) espera “bom senso” de todas as partes na
questão da retirada dos Crucifixos das escolas do país.
Reunido esta manhã
em Fátima, o Conselho Permanente da CEP analisou este tema da actualidade e defendeu
um sistema de laicidade que respeite os símbolos religiosos e não que os elimine.
Em
declarações à Agência ECCLESIA, D. Carlos Azevedo, secretário da CEP, esclarece que
“esta é uma questão de respeito para com uma dimensão religiosa e cultural dos cidadãos”.
“O
debate, sereno ou mais acalorado, que tem ocorrido nestes últimos dias, é muito proveitoso”,
considera o prelado, esperando que o mesmo ilumine “qualquer decisão sobre este tema”.
Este
responsável assegura que “a Igreja Católica não vai exigir que os Crucifixos permaneçam
nas escolas, porque não foi ela quem exigiu que eles lá fossem colocados”. “Aqui há
uma questão de bom senso, em cada comunidade educativa, e não pode haver um grupo
de pessoas que se dê à inquisição das escolas que têm ou não crucifixos para denunciar
esse facto ao Ministério”, acrescenta.
Para o futuro, refere o secretário da
CEP, é necessário “que se tenha em conta a realidade das comunidades educativas, os
problemas que lá existem ou não, o que levará a que se respeitem, retirem ou acrescentem
símbolos religiosos”.
“As pessoas devem habituar-se a viver na tolerância,
num verdadeiro regime de laicidade, que é um regime de respeito para com os sistemas
religiosos e não de apagamento dos seus símbolos, como parece ser o sistema laicista”,
observa.
Santa Teresinha
Numa altura em que as relíquias de Santa
Teresinha do Menino Jesus chegam à Madeira para cumprir a última etapa da peregrinação
iniciada a 28 de Outubro, no nosso país, os Bispos portugueses consideram que os objectivos
estabelecidos para esta visita “foram cumpridos” e que as expectativas foram mesmo
“excedidas”.
“O fenómeno exigirá uma reflexão pastoral na próxima assembleia
plenária de Abril, após a apresentação do relatório do que aconteceu nas dioceses”,
indica D. Carlos Azevedo.
A CEP irá analisar a dimensão que as iniciativas
ligadas a esta visita atingiram, com uma “surpreendente adesão” em todas as dioceses
portugueses.