Conselho ministerial da OSCE terminou sem declaração
O XIII Conselho ministerial da OSCE terminou esta terça feira em Ljubljana, sem a
adopção de uma declaração final, devido às divergências entre a Rússia e membros do
bloco ocidental sobre a retirada das tropas russas da Moldova.
O
subsecretário de Estado norte-americano, Nicholas Burns, afirmou à imprensa que os
princípios da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), ou seja,
os direitos humanos e a democracia, “são mais importantes do que conseguir uma declaração
final do Conselho”. Várias fontes diplomáticas europeias confirmaram a percepção do
subsecretário de Estado norte-americano.
Os Estados Unidos e os seus parceiros
na NATO consideram a retirada da Rússia das ex-repúblicas soviéticas indispensável
para ratificar o modificado Tratado de Forças Convencionais na Europa (TFCE), que
pretende baixar os níveis de armamento no Velho Continente.
O norte-americano
destacou os progressos alcançados na retirada das tropas russas da Geórgia mas recordou
que, no caso da Moldova - onde se encontram 1500 soldados russos -, não houve qualquer
progresso desde 2003.
A Rússia comprometeu-se, na cimeira da OSCE de 1999,
em Istambul, a retirar todas as suas tropas desses países. No caso da Geórgia, os
primeiros passos foram dados em Março deste ano, para prosseguirem com uma retirada
gradual até 2008. O gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da
OSCE criticou segunda-feira as eleições presidenciais naquela antiga república soviética,
que continua sob forte influência russa.
A Organização para a Segurança e
Cooperação na Europa surgiu há 30 anos por iniciativa da antiga União Soviética, com
o propósito de desenvolver acordos de desarmamento e cooperação. Hoje tem como principal
objectivo a defesa e respeito dos direitos humanos, o combate ao tráfico de seres
humanos, à intolerância e ao racismo.