Na capital do Mali, Bamako,concluiu-se este domingo a cimeira África-França com um
forte apelo aos países desenvolvidos para que ajudem os Estados africanos a quebrar
o ciclo de pobreza. Caso contrário, aos jovens de África não restará alternativa senão
deixar o seu país de origem em direcção à Europa.
A imigração dominou grande
parte do encontro entre os 51 representantes dos países africanos e da França que
recordaram, no documento final, as projecções da Organização Internacional de Migrações
se as tendências actuais de mantiverem, um em cada 10 africanos irá viver fora do
seu país de origem dentro de duas décadas, já em 2025.
A cimeira deixou também
alguns recados à Organização Mundial de Comércio (OMC) as negociações comerciais terão
de ter como prioridade o desenvolvimento no continente africano. O primeiro passo,
de acordo com a declaração final, será aumentar as trocas comerciais africanas, que
não representam mais de 2%.
Acabar com as subvenções que os Estados Unidos
atribuem aos seus produtores de algodão foi outra recomendação expressa no documento.
"O algodão, produzido por 33 países africanos, é emblemático do comércio desigual
que priva os nossos Estados de recursos indispensáveis para o nosso próprio desenvolvimento
", alertou o Presidente do Mali, Amadu Ture.
O Chefe do Estado francês, Jacques
Chirac, pediu à comunidade internacional para aumentar a ajuda ao desenvolvimento
em África: "É necessário duplicar o apoio para 150 mil milhões de dólares para relançar
os países pobres".