A liberdade religiosa é ameaçada pelo poder politico e pelo relativismo dissimulado:
o homem tem o direito-dever de procurar a verdade cristã, disse o Papa antes da recitação
do Angelus. Apelo também á inserção das pessoas com deficiência na sociedade, no mundo
do trabalho e na comunidade cristã.
A liberdade religiosa está longe de ser assegurada efectivamente em todo o lado, esta
a denuncia de Bento XVI antes da recitação do Angelus com os milhares de fieis congregados
este domingo na Praça de S. Pedro. O Papa falou também do Advento em que cada um é
chamado a dar uma resposta de amor a Deus. “Neste tempo de Advento a comunidade
eclesial enquanto se prepara para celebrar o grande mistério da Incarnação é convidada
a descobrir e aprofundar a propria relação pessoal com Deus. A palavra latina “adventus”
refere-se á vinda de Cristo e coloca em primeiro plano o movimento de Deus em relação
á humanidade, ao qual cada um é chamado a responder com a abertura, a expectativa,
a procura, a adesão. Deus- salientou o Papa- espera uma resposta de amor”. “Nestes
dias a litrugia apresenta-nos como modelo perfeito de tal resposta a Virgem Maria,
que quinta feira proxima 8 de dezembro contemplaremos no mistério da Imaculada Conceição.
A Virgem é aquela que permaneçe á escuta, sempre pronta para fazer a vontade do Senhor,
e é exemplo para o crente que vive na procura de Deus. A este tema, bem como á relação
entre verdade e liberdade, o Concilio Vaticano II dedicou uma reflexão atenta”. Em
particular, recordou Bento XVI, os Padres Conciliares aprovaram precisamente há 40
anos uma Declaração sobre a questão da liberdade religiosa, isto é o direito das pessoas
e das comunidades de poderem procurar a verdade e professar livremente a sua fé. A
liberdade religiosa deriva da singular dignidade do homem que entre todas as criaturas
desta terra, é a única capaz de estabelecer uma relação livre e consciente com o seu
Criador. O Papa salientou que “ o Concilio insiste amplamente sobre a liberdade
religiosa que deve ser garantida tanto ás pessoas singularmente como ás comunidades,
no respeito das legitimas exigencias da ordem pública. E este ensinamento conciliar,
passados 40 anos, permanece ainda de grande actualidade. De facto a liberdade religiosa
está bem longe de ser assegurada efectivamente em todo o lado: nalguns casos é negada
por motivos religiosos ou ideologicos; outras vezes, embora reconhecida no papel,
é obstaculada nos factos pelo poder politico, ou de uma maneira mais dissimulada,
pelo predominio cultural do agnosticismo e do relativismo. Rezemos- disse o
Papa a concluir- para que cada homem possa realizar plenamente a vocação religiosa
que traz inscrita no proprio ser. Depois da recitação do Angelus, na saudação
em lingua francesa o Papa recordou que durante a semana que vem, no proximo dia 9,
será celebrado o trigesimo aniversario da Declaração dos direitos das pessoas com
deficiencia, proclamada pela ONU, convidando nesta ocasião cada um a trabalhar sempre
a favor da inserção das pessoas com deficiencia, na sociedade, no mundo do trabalho,
mas também na comunidade cristã, recordando-se que qualquer vida humana é digna de
respeito e deve ser protegida desde a sua concepção até ao seu fim natural, e assegurando
desde já o seu apoio e oração a todos aqueles que já se dedicam a esta imensa tarefa