2005-12-03 16:17:03

Milésima execução nos Estados Unidos: L'Osservatore Romana pede compromisso com a vida


A execução número mil nos Estados Unidos desde o restabelecimento da pena de morte em 1976 deve levar a intensificar o compromisso a favor da vida nesse país e em todo o mundo, considera o jornal da Santa Sé.

«L’Osservatore Romano» refere na sua capa da edição de 3 de dezembro em italiano, sobre a execução com injeção letal de Kenneth Boyd, de 57 anos, na prisão central de Raleigh, capital do Estado de Carolina do Norte.

Veterano da guerra do Vietname, foi condenado à morte pelo assassinato da esposa e sogro diante de dois dos seus filhos em 1988.

A pena capital é adotada, neste momento, em 38 dos 50 Estados da União Americana.

«As macabras estatísticas da pena de morte nos Estados Unidos contam a partir de hoje 832 injeções letais, 152 execuções na cadeira elétrica, 11 na câmara de gás; três na forca e duas mortes por fuzilamento», recorda o diário vaticano.

«Trata-se de dados que com a sua crueza mostram tudo o que fica por fazer, inclusive nos sumamente civis e democráticos Estados Unidos, para afirmar o valor da vida humana e da sua inalienável dignidade», acrescenta.

«Mas trata-se de dados que, na realidade, revelam só a ponta de um iceberg. Basta pensar que, tão só no ano 2004, aplicaram-se pelo menos 3.979 condenações à morte em 25 países e se sentenciaram outras 7.395».

«Estes são números oficiais . Segundo os padrões da ONU, os dados relativos à pena de morte têm de ser públicos. Assim sucede nos Estados Unidos, mas não sucede noutros lugares», explica L’Osservatore Romano.

Em muitos países, lamenta ainda este diário, «os números sobre a pena de morte são mantidos em segredo: os condenados simplesmente “desaparecem”, em certas ocasiões sem que nem sequer se tenha celebrado algo parecido a um processo».








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