GUERRA CIVIL EM UGANDA FAZ 1,4 MILHÕES DE PESSOAS VIVEREM EM CAMPOS DE REFUGIADOS
Roma, 03 dez (RV) - Agrava-se a situação dos campos de refugiados no norte
de Uganda, na África. Milhares de pessoas correm risco de morte porque não conseguem
receber a ajuda humanitária das organizações não-governamentais. A denúncia é do missionário
comboniano Giulio Albanese, que visitou o campo de Awac.
Em entrevista à Rádio
Vaticano, o religioso conta que os 18 anos seguidos de guerra civil em Uganda fazem
com que mais de 1,4 milhão pessoas vivam em condições desumanas nos campos de refugiados,
temendo os ataques do grupo guerrilheiro Exército de Libertação do Senhor.
"A
situação é dramática porque a população local é obrigada a viver nesses campos de
refugiados do norte de Uganda. Lá, falta de tudo: faltam água e remédios, e existem
problemas de distribuição de comida, pois, apesar de toda a máquina de ajuda montada
pelas organizações internacionais, a verdade é que poucas pessoas conseguem se alimentar.
Depois, tem ainda o problema da insegurança. A população tem medo de voltar aos seus
vilarejos por causa dos rebeldes que estão em liberdade. Com isso, todas as atividades
produtivas, sobretudo a atividade agrícola, estão paralisadas", disse.
Lembrando
que os problemas de organização das ONGs dificultam a distribuição dos alimentos,
o missionário comboniano Giulio Albanese transmite um apelo do Arcebispo de Gulu,
Dom John Baptist Odama.
"As organizações internacionais estão tentando enfrentar
a situação. Existem cerca de 200 ONGs na região de Gulu. Mas, infelizmente, há problemas
de coordenação e muita gente não consegue ter acesso aos alimentos distribuídos. Conversei
sobre essa situação com Dom Odama e ele me disse que é necessário fazer alguma coisa,
pois não é justo deixar toda essa gente nesse inferno." (RW)