2005-11-30 19:37:51

CATÓLICOS FAZEM SUA PARTE NA LUTA CONTRA A AIDS


Especial de Rodrigo Werneck


Roma, 30 nov (RV)
- O mundo lembra, nesta quinta-feira, 1º de dezembro, o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, uma luta em que estamos longe da vitória: de fato, as Nações Unidas estimam que mais de 40 milhões de pessoas no mundo sejam portadoras do HIV.

Apesar dos esforços de governos, organizações internacionais e da sociedade, a AIDS prolifera numa velocidade assustadora nos países mais pobres.

Mas a luta não está perdida.

Comunidades dão o exemplo do que pode ser feito

Duas comunidades católicas _ uma brasileira e outra italiana _ são exemplos de que a solidariedade e o voluntariado podem ajudar a salvar vidas e aliviar o sofrimento dos doentes.

Moçambique, África, um país de colonização portuguesa e 18 milhões de habitantes, ilustra bem a tragédia provocada pela AIDS no continente africano. Quase 8% da população de Moçambique, ou seja, 1 milhão e 300 mil pessoas são soropositivas. Por causa da epidemia, a expectativa de vida de um moçambicano hoje é de 39 anos.

Até 2010, a expectativa média de vida no país baixará ainda mais, devendo chegar aos 35 anos, enquanto um brasileiro vive cerca de 70 anos, mais que o dobro dos moçambicanos. Esses números configuram uma catástrofe e sensibilizaram um grupo de católicos italianos: a comunidade romana de Santo Egídio.

Há cinco anos, mais de 300 voluntários da Comunidade de Santo Egídio desenvolvem um admirável projeto de luta contra a AIDS, em Moçambique. A atuação desse pessoal concentra-se em duas frentes: a prevenção da transmissão do HIV da mãe para o bebê e durante as transfusões de sangue.

Neste tempo, o grupo já reformou e estruturou três ambulatórios e três centros de saúde, o que hoje permite à população fazer o teste diagnóstico.

Graziela Tintisona, uma das coordenadoras do programa, conta que a prioridade agora é conseguir que todos os portadores do HIV tenham acesso ao tratamento antiviral, que consegue prolongar a vida do doente por até 30 anos.

"Curar os doentes é nossa prioridade. Os programas só de prevenção fracassaram, pois faziam a prevenção sem dar esperança para o futuro. Por isso, estamos investindo fortemente na terapia retroviral. Reformamos laboratórios e passamos a trabalhar com medicamentos genéricos, para reduzir os gastos do tratamento. Hoje, temos mais de 11 mil portadores do HIV fazendo o tratamento e já levamos o programa para países em que a situação é tão grave quanto em Moçambique, como Malauí, Tanzânia e Quênia".

A Igreja no Brasil empenhada nessa luta

No Brasil, um exemplo de iniciativa cristã no combate à epidemia e de apoio aos portadores do HIV é o trabalho da Pastoral da AIDS da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Criada em 1999, a Pastoral já formou mais de três mil agentes, que atuam em suas comunidades espalhadas por todo o Brasil e em 250 projetos como centros de convivência e casas de apoio.

Os agentes fazem o trabalho de prevenção, informando a população sobre as formas de contágio e prestando solidariedade aos soropositivos, acolhendo as pessoas já infectadas e fazendo visitas hospitalares e domiciliares aos doentes terminais.

Fr. Luiz Carlos Lunardi, assessor da Secretaria Nacional da Pastoral, destaca o importante papel que os católicos e a Igreja devem sempre desempenhar na luta contra a AIDS. (RW)







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