BENTO XVI CONCEDE INDULGÊNCIA PLENÁRIA NOS 40 ANOS DO CONCÍLIO VATICANO II
Cidade do Vaticano, 29 nov (RV) - No dia 8 de dezembro de 1965, Paulo VI encerrava,
solenemente, o Concílio Ecumênico Vaticano II, inaugurado no dia 11 de outubro de
1962, pelo bem-aventurado Papa João XXIII. Quarenta anos depois, Bento XVI decide
dar relevo a esse aniversário, que cai na festa da Imaculada Conceição, concedendo
aos fiéis o dom da Indulgência plenária.
A decisão do Papa está contida no
decreto da Penitenciaria Apostólica, assinado pelo Penitencieiro-mor, o Cardeal James
Francis Stafford, e divulgado nesta terça-feira.
A indulgência plenária como
meio para ser "fortalecidos na fé", unidos com "maior dedicação a Cristo", capazes
de amor aos irmãos "com mais fervorosa caridade": são os votos de Bento XVI, que acompanham
a indulgência plenária para a próxima festa da Imaculada.
A celebração dos
40 anos da conclusão do Concílio Vaticano II é um evento que dá maior significado
à solenidade de 8 de dezembro, dia no qual o Papa irá à Praça de Espanha, no centro
de Roma, para a tradicional homenagem à imagem da Virgem Maria.
A indulgência
plenária será alcançada por aqueles que cumprirem os tradicionais requisitos da confissão,
da comunhão e das preces segundo as intenções do Papa.
Neste caso, será concedida
aos que participarem de um rito sagrado em homenagem a Nossa Senhora ou, pelo menos,
oferecerem algum testemunho de devoção mariana perante uma imagem da Imaculada.
Os
fiéis que, por razões de doença ou outras causas justas, não puderem fazê-lo também
poderão obter a indulgência plenária em sua casa ou onde estiverem se, além de ter
a intenção de cumprir o mais rápido possível as três condições, se unirem interiormente
a um rito de homenagem a Maria, recitando o pai-nosso, o credo e uma devota invocação
a Jesus.
A indulgência é a redução ou eliminação das penas que derivam do fato
de se ter cometido pecado e que pode ser obtida em determinadas condições, se o fiel
estiver em estado de graça, segundo o "Enchiridion Indulgentiarum", manual das indulgências.
As
indulgências foram concedidas pela primeira vez em 1091. Permitiam o perdão dos pecados
para aqueles que fizessem obras públicas, como a construção de igrejas.
Os
papas Alexandre II e Urbano II a ofereceram a todos aqueles que participavam das cruzadas.
Bonifácio VIII, papa que convocou o primeiro jubileu, em 1300, as relacionou a esse
ano santo.
O desvio do uso comercial das indulgências revoltou Lutero. Era
o ano 1517, e o começo da reforma luterana: o protestantismo.
A Penitenciaria
da Cúria Romana afirmou, após a revisão do "Enchiridion Indulgentiarum", que o propósito
da indulgência não é apenas ajudar os fiéis a diminuir as penas do pecado, mas levá-los
a realizar ações de piedade, penitência e caridade.
Para obter uma indulgência,
todos os pecados precisam ser confessados, o fiel deve ter comungado e rezado, "e,
sobretudo, ter o coração livre, já que se houver pecado, mesmo venial, não pode haver
indulgência plenária", segundo o manual.
O manual também prevê a concessão
de indulgências parciais àqueles que, ao cumprir com seu dever e suportar as adversidades
da vida, se dirigem com humildade a Deus, mesmo que seja com uma simples prece.
Também
àqueles que, com fé e misericórdia, põem seus bens e si mesmos a serviço dos necessitados
e àqueles que, com espírito de penitência, se privam espontaneamente e com sacrifício,
de algo lícito como, por exemplo, o fumante empedernido que deixa de fumar vários
dias, ou aqueles que, habituados a beber diariamente uma taça de vinho, evitam fazê-lo
durante semanas.
O manual das indulgências diz ainda que podem obtê-las aqueles
que dêem testemunho público de sua fé em determinados momentos da vida diária, participando
dos sacramentos e anunciando, com palavras e obras, a salvação cristã àqueles que
não acreditam nela.
Na conclusão, o decreto da Penitenciaria Apostólica informa
que a concessão da indulgência plenária terá valor somente no dia 8 de dezembro. (RL/AF)