2005-11-29 18:28:22

PUBLICADA INSTRUÇÃO SOBRE O DISCERNIMENTO VOCACIONAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS COM TENDÊNCIAS HOMOSSEXUAIS


Cidade do Vaticano, 29 nov (RV) - Foi publicada hoje, terça-feira, a Instrução da Congregação para a Educação Católica "acerca dos critérios de discernimento vocacional em relação às pessoas com tendências homossexuais, em vista de sua admissão ao Seminário e às ordens sacras". O Papa aprovou o documento e ordenou sua publicação.

A Igreja considera necessário não admitir "ao Seminário e às ordens sacras aqueles que praticam o homossexualismo, apresentando tendências homossexuais profundamente radicadas ou defendem a chamada cultura gay" _ afirma o documento.

"O sacerdote _ ressalta o texto _ representa sacramentalmente Cristo, cabeça, pastor e esposo da Igreja. Por causa dessa configuração a Cristo, toda a vida do ministro sagrado deve ser animada pela doação de toda a sua pessoa à Igreja e por uma autêntica caridade pastoral."

Portanto, o candidato ao ministério ordenado deve alcançar a maturidade afetiva que o levará a desenvolver "um verdadeiro sentido da paternidade espiritual em relação às comunidades eclesiais que lhe serão confiadas".

A Igreja, afirma o documento, "embora respeitando profundamente" essas pessoas, considera que se encontram numa situação que "se torna um grave obstáculo a um correto relacionamento com homens e mulheres". "Não devem ser desconsideradas as conseqüências negativas que podem advir da ordenação de pessoas com tendências homossexuais profundamente radicadas" _ diz ainda o documento.

"Quando, ao invés, se tratar de tendências homossexuais que sejam somente a expressão de um problema transitório como, por exemplo, de uma adolescência ainda não amadurecida, tais tendências deverão, ainda assim, ser claramente superadas, pelo menos três anos antes da ordenação diaconal."

"Apenas o desejo de se tornar sacerdote _ lê-se ainda na Instrução _ não é suficiente, e não existe um direito a receber a sacra ordenação. Compete à Igreja… discernir a idoneidade daquele que deseja entrar no Seminário… e chamá-lo às ordens sacras, se for julgado de posse das qualidades requeridas."

"Permanece entendido _ acrescenta o documento _ que o próprio candidato é o primeiro responsável por sua própria formação." Seria por isso "gravemente desonesto que um candidato ocultasse a própria condição de homossexual, para ter acesso, apesar de tudo, à ordenação."

"Uma atitude que carece de autenticidade não corresponde ao espírito de verdade, de lealdade e de disponibilidade que deve caracterizar a personalidade daquele que considera ser chamado a servir Cristo e a sua Igreja no ministério sacerdotal" _ acrescenta o texto.

"No discernimento da idoneidade à ordenação, cabe ao diretor espiritual uma tarefa importante. Embora vinculado ao segredo, ele representa a Igreja no foro interno… tem a obrigação de avaliar todas as qualidade da personalidade e certificar-se de que o candidato não apresente distúrbios sexuais incompatíveis com o sacerdócio."

A Instrução reitera a distinção "entre atos homossexuais e tendências homossexuais": os atos homossexuais são "pecados graves… intrinsecamente imorais e contrários à lei natural e, conseqüentemente, não podem ser aprovados por ninguém".

"Ao invés, as tendências homossexuais profundamente radicadas que se encontram num certo número de homens e mulheres" não são pecados, mas todavia são inclinações "objetivamente desordenadas e comumente constituem, também para eles, uma provação".

"Tais pessoas devem ser acolhidas com respeito e delicadeza; deve-se evitar em relação a elas, toda atitude de injusta discriminação. Elas são chamadas a realizar a vontade de Deus em suas vidas e a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar."

A Instrução se conclui com uma exortação aos bispos e aos responsáveis competentes, a fim de que façam "um atento discernimento" para "garantir sempre à Igreja, sacerdotes idôneos, verdadeiros pastores segundo o coração de Cristo". (RL)







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