MULHERES SE INCENDEIAM NO AFEGANISTÃO PARA ESCAPAR DO CASAMENTO
Islamabad, 23 nov (RV) - Os direitos das mulheres continuam a ser desrespeitados
no Afeganistão, mesmo depois da queda do regime fundamentalista Talibã.
A denúncia
é da agência de notícias ANSA: jovens mulheres afegãs têm ateado fogo ao próprio corpo,
para evitar se casar contra sua vontade. Nas províncias de Herat e Farah, as organizações
humanitárias internacionais falam de dezenas e, até mesmo, de centenas de casos de
auto-imolação, como forma de rebelião contra casamentos arranjados.
Nesses
matrimônios, geralmente as mulheres sofrem violências tão brutais quanto o suicídio.
As jovens que protestam contra os abusos, costumam ter de 15 a 19 anos e vivem, em
grande parte, na capital, Cabul.
No próximo dia 19, o Afeganistão passará a
contar com seu primeiro Parlamento, eleito por voto livre, incluindo o das mulheres.
No
entanto, casamentos forçados, famílias que vendem as filhas para pagar dívidas, mulheres
sistematicamente espancadas ou que são cedidas como ressarcimento por crimes cometidos
por algum homem de sua família, ainda fazem parte do cotidiano afegão, já que a Justiça
ainda é administrada pelo Conselho de Anciães e segundo as normas de clãs locais.
(RW)