Washington, 23 nov (RV) - Os Estados Unidos se preparam para executar a milésima
pena de morte, determinada por tribunais em sua história. Robin Lovitt, de 35 anos,
acusado de roubar e assassinar um homem, deverá ser executado no estado da Virgínia,
na próxima quarta-feira, dia 30.
No entanto, as autoridades podem estar próximas
de cometer um grave erro. Lovitt sempre alegou inocência e as provas que existem contra
ele são insuficientes. Representantes de grupos de direitos humanos dizem até mesmo
que o julgamento do réu foi parcial.
A pena capital é quase inevitável para
Robin Lovitt. E, se a decisão judicial for de fato cumprida, ele pode se juntar a
outros 122 inocentes que já foram condenados à morte injustamente, nos Estados Unidos,
desde 1976.
Esta semana, o jornal "Houston Chronicle" ajudou a esclarecer mais
uma injustiça incorrigível. O diário provou que Ruben Cantu, executado em 1993, no
Texas, não tinha qualquer relação com o assassinato pelo qual foi condenado.
Outro
rapaz que teria ajudado o suposto assassino a cometer o homicídio, revelou que mentiu
à Justiça ao citá-lo como co-autor. E a única testemunha do crime disse que confirmou
a presença do sentenciado à morte na cena do crime, somente depois de sofrer pressão
por parte da polícia.
Comunidade romana de Santo Egídio
Roma
- Para protestar contra mais este caso de execução da pena capital, a comunidade romana
de Santo Egídio está preparando, para o próximo dia 30, uma manifestação simultânea
em mais de 300 cidades pelo mundo.
Além de marcar o dia da execução de Robin
Lovitt, a data coincide com a primeira revogação de uma lei que contemplava a pena
de morte, na história moderna: em 30 de novembro de 1786, o Grão-ducado da Toscana,
Itália, aboliu, de modo até então inédito, a pena capital. Atualmente, 57 países do
mundo ainda contemplam a pena de morte em suas legislações.
Mario Marazziti,
porta-voz da comunidade de Santo Egídio, lembrou, nesta quarta-feira, que a vida tem
vencido importantes batalhas na luta contra a pena de morte. Ele destaca que 85 países
já revogaram suas leis de pena capital, enquanto outros 44 estariam se preparando
para aboli-la em breve, como, por exemplo, Taiwan, Quênia e Zâmbia.
A campanha
da comunidade de Santo Egídio almeja ser a maior iniciativa contra a pena de morte
já realizada no mundo. Em Roma, no dia 30, os manifestantes planejam se reunir em
frente ao Coliseu. (RW)