ONU COMEÇA INVESTIGAÇÃO SOBRE TORTURA EM PRISÕES CHINESAS
Pequim, 22 nov (RV) - As Nações Unidas começaram a investigar na China, denúncias
de tortura em prisões do país. Um funcionário enviado pela ONU, tem autorização do
governo chinês para visitar prisões, sem aviso prévio, e entrevistar detentos na capital,
Pequim, no Tibete e na província de Xinjiang.
O governo chinês proibiu a tortura
em 1996, mas organizações humanitárias dizem que a prática ainda é usada para extrair
confissões. A visita de Nowak ocorre depois de dez anos de pedidos da ONU para entrar
no país e averiguar as denúncias de tortura.
Em seu primeiro relatório de trabalho,
o representante das Nações Unidas, Manfred Nowak, adiantou que a tortura de presos
é um fato incontestável. Nowak fez questão de elogiar, porém, a abertura do governo
de Pequim, que permitiu a investigação internacional. Os Estados Unidos, por exemplo,
impuseram uma série de exigências e a ONU cancelou a visita que faria à base militar
de Guantánamo.
O enviado das Nações Unidas lembra que a China tem uma longa
tradição no campo de torturas, o que impede o governo de mudar a situação imediatamente.
O
enviado da ONU mencionou casos em que pessoas foram sentenciadas à morte por assassinato,
mas que depois se descobriu que as "vítimas" estavam vivas, o que seria uma ulterior
prova de que confissões são obtidas por meio de tortura. (MZ/RW)