CRISTÃOS NA NIGÉRIA SÃO OPRIMIDOS APÓS IMPLANTAÇÃO DA LEI ISLÂMICA
Lagos, 22 nov (RV) - Os últimos quatro anos têm sido, para Ishaya Kpotun Shaba,
do estado de Níger, no centro-norte da Nigéria, de muito choro e dor. Ele não vê sua
filha, Saratu, desde que ela foi seqüestrada por extremistas islâmicos, com o objetivo
de convertê-la e casá-la com um muçulmano, em dezembro de 2001, quando estava com
19 anos.
Quando Ishaya Shaba relatou o seqüestro à polícia de Maikunkele, os
oficiais não mostraram interesse em resgatar sua filha. Em vez disso, para seu desespero,
ele foi intimado a se apresentar diante de uma corte islâmica em Minna, em 9 de janeiro
de 2002. O juiz da Corte Suprema informava, em sua intimação, que Saratu _ a filha
do homem _ pedira que ele a autorizasse a "abraçar a religião de sua escolha".
Ishaya
Shaba foi à corte, mas nunca viu sua filha. Em vez disso, o juiz o chamou em sua sala
e lhe disse que sua filha agora era muçulmana e que, por isso, ele fora intimado por
uma corte islâmica.
"Eu protestei e disse que era cristão e não poderia ser
intimado a comparecer diante de uma corte islâmica" _ disse Ishaya. Ele solicitou
que a corte liberasse sua filha "onde quer que ela estivesse", mas o juiz se recusou.
Mais tarde, ele soube que sua filha fora forçada a se casar com um homem muçulmano
em Minna, a capital do estado de Níger. Disseram-lhe que a moça chorou durante toda
a cerimônia do casamento, recusando-se a recitar passagens do Alcorão.
"Isso
demonstra claramente que não só nossa filha foi seqüestrada, mantida em reclusão,
e forçada a se casar com um homem que ela não ama, mas também foi forçada a se unir
a um homem que não é de sua religião" _ disse Ishaya.
Este ano, nove casos
de conversões forçadas de moças cristãs com menos de 14 anos foram registrados no
escritório da sede local da Associação Nigeriana Cristã (ANC), de acordo com Samuel
Ayuba Shaba, Secretário estadual da ANC. (MZ)