Militar português morto no Afganistão homenageado esta terça feira em Lisboa pelo
Bispo das Forças Armadas e de Segurança
Em Lisboa o bispo das forças armadas D. Januário Torgal Ferreira presidiu esta manhã
uma cerimonia religiosa á chegada ao aeroporto Figo Maduro do corpo do primeiro-sargento
João Paulo Roma Pereira, o primeiro militar português morto no Afganistão onde está
estacionado o contingente português que é responsável pela segurança do aeroporto
de Kabul.
Na capela improvisada, com uma lona militar em fundo e um pequeno altar azul e branco,
o corpo foi encomendado numa curta cerimónia religiosa
D.Januário Torgal Ferreira considerou a morte do militar português, numa explosão
à passagem da viatura blindada em que seguia nos arredores de Cabul, "o sinal de um
risco sem rosto e de uma ameaça sem contorno".
Sublinhando que "a paz é um assunto demasiado sério" e dirigindo palavras de "condolências
e esperança" ao batalhão português em missão em Cabul, D.Januário Torgal Ferreira
defendeu que a morte de João Paulo Roma Pereira "não pode ser fonte de desânimo".
"Fácil é ganhar contendas. Só sábios plantam a difícil oliveira da paz", disse o bispo
antes de se dirigir à filha do sargento falecido.
A hora presente, como tem lembrado D. Januário Torgal Ferreira é de solidariedade
e de partilha neste momento tão doloroso para a família do militar falecido; e para
o bispo da forças armadas é importante saber respeitar a sua memória.
Entende que o poder politico e a opinião pública em Portugal têm de ter em conta que
uma pessoa enviada para missões de paz desta natureza corre riscos que não são como
os outros serviços públicos. Daí a especificidade do estatuto da condição militar.
Já quanto à legitimidade da presença portuguesa ao serviço de missões internacionais
em nome da paz, D. Januário Torgal Ferreira recorda que foram as circunstâncias do
11 de Setembro que motivaram as opções politicas que levaram a este tipo de missões.