2005-11-21 19:17:07

BENTO XVI ÀS PONTIFÍCIAS ACADEMIAS DAS CIÊNCIAS: CONJUGAR ÉTICA CRISTÃ E REFLEXÃO SOBRE O HOMEM


Cidade do Vaticano, 21 nov (RV) - O conceito de pessoa humana é fundamental para definir a centralidade de todo indivíduo na ordem social, em qualquer cultura. E a Doutrina Social da Igreja, com sua visão revelada por Cristo, pode oferecer uma grande contribuição aos estudos nesse setor, graças, entre outras coisas, à riqueza do magistério de João Paulo II.

Foi a reflexão feita hoje, por Bento XVI, aos membros das Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais, esta última, ocupada nestes dias, no Vaticano, com a 11ª Assembléia Plenária, dedicada à noção de pessoa.

O homem está, por sua natureza "no centro da ordem social", e na medida em que faz parte da natureza, mas como sujeito livre e de posse de "valores morais e espirituais", ultrapassa a própria natureza.

Essa realidade é "parte integrante do pensamento cristão" e é também uma resposta direta "às tentativas de abolir o confim entre as ciências humanas e as ciências naturais, comumente proposto na sociedade contemporânea".

Em seu discurso aos membros das academias pontifícias, Bento XVI tomou posição acerca de um tema que toca de perto o confronto entre pensamento científico e Doutrina Social da Igreja, que vê no homem a suprema criatura de Deus.

Segundo o desígnio do Criador _ reiterou Bento XVI _ as pessoas "não podem ser separadas da dimensão física, psicológica ou espiritual" própria da natureza humana. "Embora as culturas mudem com o tempo _ objetou ele _ suprimir ou ignorar a natureza" pode "ter uma série de conseqüências".

Especialmente para as instituições sociais e jurídicas, a noção de pessoa é fundamental para regular o espaço do agir social. "Por vezes, todavia _ prosseguiu o Pontífice _ quando tal noção é reconhecida em declarações internacionais e estatutos legais, determinadas culturas, de modo particular se não profundamente tocadas pelo Evangelho, permanecem fortemente influenciadas" por algumas ideologias ou por visões da sociedade condicionadas pelo individualismo ou pela secularização. A isso se contrapõe o pensamento social da Igreja, que, ao invés, coloca a pessoa humana "como centro e fonte da ordem social".

O Papa reconheceu a "indiscutível contribuição" ao pensamento cristão e antropológico dada por João Paulo II, fundador, em 1994, da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, mas, sobretudo, autor de um magistério capaz de "uma profunda meditação sobre a pessoa". Suas encíclicas e seus escritos, afirmou Bento XVI, representam "um patrimônio a ser recebido, acolhido e assimilado com cuidado".

Em honra do Papa Wojtyla, Bento XVI inaugurou, na Casinha Pio IV, onde recebeu os membros das Pontifícias Academias, um busto representando o falecido Pontífice, com os votos de que a atividade acadêmica das duas instituições pontifícias continue produzindo "um frutuoso intercâmbio entre o ensinamento da Igreja sobre a pessoa humana e as ciências sociais". (RL)







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