PAPA: HÁ NOVOS ESPAÇOS DE DIÁLOGO COM OS NÃO-FIÉIS SOBRE O RESPEITO À VIDA
Cidade do Vaticano, 19 nov (RV) - A dignidade do homem não se identifica com
os genes de seu DNA e não diminui com a presença de diversidades físicas ou defeitos
genéticos. Foi o que disse o Papa, recebendo em audiência, neste sábado os participantes
da Conferência Internacional sobre o "genoma humano" (o patrimônio genético do homem,
que se encontra no interior do núcleo de todas as suas células) promovida, no Vaticano,
pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde.
Bento XVI ressaltou
que hoje, apesar da presença de um secularismo radical, foram abertos novos espaços
de diálogo também com os não-fiéis sobre o respeito pela vida.
Bento XVI vê
novos espaços de "diálogo respeitoso e leal com os não-fiéis" sobre o tema da vida
e sobre seus "valores fundamentais nos quais se rege "a convivência humana", da qual
depende o "futuro da humanidade".
O Papa fez votos de que "toda nova descoberta
científica possa servir para o bem integral da pessoa, no constante respeito por sua
dignidade". O mundo atual _ afirmou ele _ é marcado por um processo de secularização
que, se de um lado reivindica "uma justa autonomia da ciência e da organização social",
de outro, esquece "a ligação das realidades temporais com o seu Criador, chegando
até mesmo a subestimar a salvaguarda da dignidade transcendente do homem e o respeito
pela sua própria vida".
"Hoje, todavia, a secularização, na forma do secularismo
radical, não mais satisfaz os espíritos mais conscientes e atentos. Isso quer dizer,
continuou o Papa, que se abrem espaços possíveis e talvez novos para um diálogo profícuo
com a sociedade e não somente com os fiéis, especialmente sobre temas importantes
como os que concernem à vida."
"Também homens que não mais se reconhecem como
membros da Igreja ou que perderam até mesmo a luz da fé, permanecem atentos aos valores
humanos e às contribuições positivas que o Evangelho pode dar ao bem pessoal e social"
_ observou o Santo Padre.
"Os homens do nosso tempo, que se tornaram mais sensíveis
diante dos fatos terríveis que abalaram o século XX e o início do atual _ ponderou
o Papa _ têm condições de compreender bem, que a dignidade do homem não se identifica
com os genes de seu DNA e não diminui com a eventual presença de diversidades físicas
ou de defeitos genéticos." (RL)