BUSH PEDE A PRESIDENTE CHINÊS MAIOR LIBERDADE RELIGIOSA NA CHINA
Pequim, 20 nov (RV) - O Presidente norte-americano, George W. Bush, pressionou
o Presidente da China, Hu Jintao, para frear o crescimento do superávit comercial
chinês e promover uma reforma monetária, após pedir também maior liberdade religiosa.
Todavia,
após as conversas entre ambos, no Grande Palácio do Povo, a China não parecia intencionada,
de acordo com as declarações de Hu, a oferecer maiores concessões.
Uma ação
positiva para o comércio foi um acordo, no âmbito do qual a China comprará 70 aviões
Boeing-737, no valor de 4 bilhões de dólares. O quase constante déficit comercial
norte-americano com a China, que atrai críticas no Congresso dos EUA, pode chegar
a 200 bilhões de dólares este ano.
Numa entrevista coletiva conjunta, neste
domingo, Hu disse que ele e Bush haviam manifestado seu desejo de "dar as mãos", para
conseguir um comércio mais equilibrado, e ainda, que a China iria dar andamento à
reforma do yuan.
Hu, que aceitou um convite para ir a Washington, também prometeu
a cooperação chinesa no combate à pirataria de produtos norte-americanos, que vão
de música e filmes a pílulas anticoncepcionais e freios de carros: um "comércio" paralelo
que causa um prejuízo de bilhões aos produtores norte-americanos todos os anos.
No
contexto de sua visita a quatro países asiáticos, Bush disse ser importante que as
liberdades _ social, política e religiosa _ cresçam na China. Para enfatizar isso,
o Presidente participou da santa missa na Igreja Gangwashi, reconhecida pela Associação
Patriótica Protestante, na capital chinesa.
Seguranças isolaram a área em torno
da igreja, fortemente policiada para a passagem de Bush. "Deus abençoe os cristãos
da China" _ escreveu Bush no livro de visitas da igreja. Sua mulher, Laura, acrescentou:
"Com amor e respeito".
O pastor presenteou ambos com bíblias chinesas.
"Minha
esperança é que o governo da China não tema os cristãos que se reúnem para rezar abertamente"
_ disse Bush aos repórteres. "Uma sociedade saudável é uma sociedade que abriga todas
as crenças."
A China tem cerca de 80 milhões de cristãos e permite o culto
em Igrejas reconhecidas oficialmente, pelas Associações Patrióticas. Todavia, milhões
de cristãos seguem as Igrejas "clandestinas", que se recusam a aceitar os ditames
do PC chinês e a autoridade do Estado. A China é o terceiro país visitado por Bush
na Ásia, após o Japão e a Coréia do Sul. Ele vai para a Mongólia na segunda-feira.
(AF)