Cristo, centro dos nossos corações e aspirações (Gaudium et Spes):
Bento XVI ao Angelus, no domingo de
Cristo, Rei do Universo
Em todos os tempos, é missão da Igreja é “anunciar e testemunhar Cristo, para que
o homem possa realizar plenamente a sua vocação”: palavras de Bento XVI, neste domingo
ao meio-dia, antes do Angelus, na Praça de São Pedro. Recordada a Constituição Pastoral
“Gaudium et Spes”, do Vaticano II, promulgada faz agora quarenta anos.
Evocando a celebração, neste dia, de Cristo Rei do Universo, o Papa fez notar que,
“desde o anúncio do seu nascimento, o Filho unigénito do Pai, nascido da Virgem Maria,
é definido rei no sentido messiânico - herdeiro do trono de David, segundo as promessas
dos profetas, para um reino que não terá fim.” Mas “a realeza de Cristo permaneceu
totalmente escondida até aos seus trinta ano, vividos numa existência ordinária em
Nazaret”. Foi durante a vida pública que “Jesus inaugurou o novo Reino, que não é
deste mundo e, no final, realizou-o plenamente com a sua morte e ressurreição. Aparecendo,
ressuscitado, aos Apóstolos, disse: Foi-me dado todo o poder no céu e na terra: este
poder – sublinhou Bento XVI - brota do amor, que Deus manifestou em plenitude no sacrifício
so deu Filho. O Reino de Cristo é dom oferecido aos homens de todos os tempos, para
que todo aquele que crê no Verbo incarnado, não morra, mas tenha a vida eterna.
“Cristo alfa e ómega”, o princípio e o fim, é evocado na “bela página” que conclui
a primeira Parte da Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, do Concílio Vaticano
II, promulgada há quarenta anos, onde se lêem algumas expressões, retomadas do Papa
Paulo VI:
“O Senhor é o fim da história humana, o ponto para onde convergem os desejos da história
e da civilização, o centro do género humano, a alegria de todos os corações, a plenitude
das suas aspirações”.
“È à luz da centralidade de Cristo que a Gaudium et Spes interpreta a condição do
homem contemporâneo, a sua vocação e dignidade, como também os âmbitos da sua vida:
a família, a cultura, a economia, a política, a comunidade internacional. É esta missão
da Igreja, ontem, hoje e sempre: anunciar e testemunhar Cristo, para que o homem,
cada homem, possa realizar plenamente a sua vocação”.
Bento XVI concluiu evocando Maria, “que Deus associou de modo singular à realeza do
seu Filho”, fazendo votos de que “ela nos obtenha a graça de O acolhermos como Senhor
da nossa vida, para cooperarmos fielmente ao advento do seu Reino de amor, justiça
e paz”.
Depois do Angelus, o Santo Padre dirigiu, em espanhol, uma saudação aos fiéis do México
, congregados em Guadalajara para participar, neste domingo, na beatificação dos mártires
Anacleto Gonzalez Flores e sete companheiros, e ainda José Trinidade rangel, Andrès
Solà Molist, Leonardo Pérez, Darío Acosta Zurita e José Sanchez del Río, que enfrentaram
o martírio para defender a sua fé cristã. Nesta solenidade de Jesus Cristo, Rei do
Univeso, que eles invocaram no momento supremo de entregar a sua vida, eles são para
nós exemplo e estímulo para dar um testemunho coerente da fé na sociedade actual.”
Nas saudações em francês, Bento XVI recordou a comemoração, neste dia 20 de Novembro,
das vítimas dos acidades rodoviários: « Confio ao amor do Senhor todas as pessoas
mortas em acidentes de circulação, assim como os numerosíssimos feridos e suas famílias.
Convido todos os automobilistas a uma condução prudente e responsável, lutando eficazmente,
com as Autoridades, contra este mal social e reduzindo o número das vítimas”.