SE A IGREJA DEIXA DE SER MISSIONÁRIA ACABA TRAINDO A SI MESMA, AFIRMA CARDEAL SCHÖNBORN
Viena, 18 nov (RV) - O Cardeal-arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, convidou
as religiões ao diálogo, mas esclareceu que a Igreja "deixando de ser missionária,
trai a si mesma".
Durante a conferência internacional "O Islã num mundo pluralista",
o purpurado recordou que "o Cristianismo e o Islamismo são claramente religiões missionárias",
por isso explicou que os temas do diálogo e da missão são delicados.
"É realmente
possível o diálogo entre religiões missionárias?", perguntou o Cardeal Schönborn,
ao apontar que "com freqüência, o diálogo é interpretado como missão, mas na realidade,
ou há diálogo, ou há missão" _ enfatizou.
Nesse sentido, advertiu para o risco
de que o diálogo seja visto "como um interregno estratégico no marco de uma estratégia
global".
"Acaso nos grandes representantes (das duas religiões) não estará
sempre presente o desejo íntimo de convencer o outro? Não é compreensível que cada
um creia que sua própria religião é a melhor?" _ perguntou.
O Cardeal indicou
que é necessário abordar e esclarecer essa questão "essencial", e reconhecer que existem
diversas respostas sobre até que ponto se justifica utilizar meios políticos, militares
e econômicos para alcançar os objetivos da missão.
Participaram da conferência
líderes religiosos muçulmanos e judeus, assim como representantes de outras denominações
cristãs. (MZ)