AUMENTO DA XENOFOBIA E DO EXTREMISMO REFLETE TENSÕES GERADAS PELA CONCORRÊNCIA ECONÔMICA
Nova York, 16 nov (RV) - O Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse ontem,
terça-feira, que o aumento da xenofobia e do extremismo reflete as tensões criadas
no mundo, pela intensa concorrência econômica, pelos movimentos migratórios e pela
convivência cada vez mais freqüente de pessoas de diferentes culturas e crenças.
Por
ocasião da comemoração do Dia Internacional da Tolerância, celebrado ontem, Annan
afirmou que, se o mundo quer conseguir a paz ainda neste século, as pessoas "devem
começar a se respeitar mutuamente a partir de hoje".
Kofi Annan ressaltou a
importância da proposta de criar uma aliança de civilizações entre o Ocidente e o
mundo árabe e muçulmano, para combater o terrorismo internacional por uma via que
não seja a militar. Essa iniciativa foi apresentada pelo Primeiro-ministro espanhol,
José Luis Rodríguez Zapatero, na Assembléia Geral da ONU, em 2004.
O Secretário-geral
da ONU afirmou que o objetivo dessa aliança de civilizações seria estimular a comunidade
internacional a se esforçar para "aproximar posições, e vencer os preconceitos, as
idéias falsas, os mal-entendidos e a intransigência que, a qualquer momento, podem
comprometer a paz no mundo".
Kofi Annan pediu o empenho de todos, para transformar
as palavras em realidade, celebrando a diversidade e aprendendo com as diferenças.
Como
contribuição para que tal objetivo possa ser alcançado, a UNESCO (Organização das
NN. UU. para a Educação, a Ciência e a Cultura) lançou um projeto cinematográfico
destinado a evitar tudo o que se refere à limpeza étnica e expressões de racismo na
Internet.
Além disso, o projeto busca diminuir o problema do estigma sofrido
pelas minorias, pelos povos indígenas e pelos imigrantes, e pretende estimular o ensino
dos direitos humanos, principalmente entre os jovens.
Por sua vez, o Conselho
Mundial de Igrejas (CMI) afirmou ontem, que as discussões sobre assuntos relacionados
com a tolerância e a convivência são fundamentais, numa época em que a identidade
religiosa pode parecer uma fonte de conflito.
O CMI acredita que esse debate
está mais atual, por causa das agitações em várias localidades da França, cujos protagonistas
são, em sua maioria, jovens de bairros pobres da periferia e de famílias de imigrantes.
(SP)