2005-11-17 17:10:32

AUMENTO DA XENOFOBIA E DO EXTREMISMO REFLETE TENSÕES GERADAS PELA CONCORRÊNCIA ECONÔMICA


Nova York, 16 nov (RV) - O Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse ontem, terça-feira, que o aumento da xenofobia e do extremismo reflete as tensões criadas no mundo, pela intensa concorrência econômica, pelos movimentos migratórios e pela convivência cada vez mais freqüente de pessoas de diferentes culturas e crenças.

Por ocasião da comemoração do Dia Internacional da Tolerância, celebrado ontem, Annan afirmou que, se o mundo quer conseguir a paz ainda neste século, as pessoas "devem começar a se respeitar mutuamente a partir de hoje".

Kofi Annan ressaltou a importância da proposta de criar uma aliança de civilizações entre o Ocidente e o mundo árabe e muçulmano, para combater o terrorismo internacional por uma via que não seja a militar. Essa iniciativa foi apresentada pelo Primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, na Assembléia Geral da ONU, em 2004.

O Secretário-geral da ONU afirmou que o objetivo dessa aliança de civilizações seria estimular a comunidade internacional a se esforçar para "aproximar posições, e vencer os preconceitos, as idéias falsas, os mal-entendidos e a intransigência que, a qualquer momento, podem comprometer a paz no mundo".

Kofi Annan pediu o empenho de todos, para transformar as palavras em realidade, celebrando a diversidade e aprendendo com as diferenças.

Como contribuição para que tal objetivo possa ser alcançado, a UNESCO (Organização das NN. UU. para a Educação, a Ciência e a Cultura) lançou um projeto cinematográfico destinado a evitar tudo o que se refere à limpeza étnica e expressões de racismo na Internet.

Além disso, o projeto busca diminuir o problema do estigma sofrido pelas minorias, pelos povos indígenas e pelos imigrantes, e pretende estimular o ensino dos direitos humanos, principalmente entre os jovens.

Por sua vez, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) afirmou ontem, que as discussões sobre assuntos relacionados com a tolerância e a convivência são fundamentais, numa época em que a identidade religiosa pode parecer uma fonte de conflito.

O CMI acredita que esse debate está mais atual, por causa das agitações em várias localidades da França, cujos protagonistas são, em sua maioria, jovens de bairros pobres da periferia e de famílias de imigrantes. (SP)








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