2005-11-17 17:02:48

APRESENTADO A PARLAMENTARES ITALIANOS O COMPÊNDIO DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA


Cidade do Vaticano, 16 nov (RV) - O Cardeal Renato Raffaele Martino, Presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", apresentou aos parlamentares italianos, esta manhã, o Compêndio da Doutrina Social da Igreja. O encontro, do qual participou o Presidente da Câmara, Pier Ferdinando Casini, se realizou na Sala do Cenáculo, nas dependências do Palácio Montecitório, sede do Parlamento italiano.

O Cardeal Martino ressaltou, na ocasião, que a laicidade é um princípio cristão instituído por Jesus com a expressão "dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". A seguir, reiterou que é preciso distinguir a laicidade do laicismo, recordando que não se pode imaginar uma fé descomprometida da vida pública.

Contestando uma concepção da laicidade que exclui a religião da vida pública, relegando-a a um foro meramente privado, o Cardeal Martino reiterou que o Catolicismo jamais poderá renunciar a que a fé desempenhe um papel público.

"Um regime político autenticamente laico aceita que os indivíduos cristãos ajam como cristãos na sociedade, sem camuflar-se, assim como aceita que a Igreja manifeste suas avaliações sobre as grandes questões éticas em jogo. Esse é um interesse da própria política, uma vez que, se esta pretende viver como se Deus não existisse, acaba por tornar-se árida e perde a consciência da intangível dignidade humana."

Ilustrando a seguir, a concepção da democracia segundo o Compêndio, o Presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz" disse que a democracia é entendida não somente como liberdade política e eleitoral, não somente como participação de todos no debate público, e nem somente como reivindicação de direitos, mas também e, sobretudo, como tutela e promoção da pessoa.

Por sua vez, o Presidente da Câmara, Pier Ferdinando Casini, definiu o Compêndio como um ponto de referência insubstituível para as opções difíceis que todos somos chamados a fazer. Ele também precisou que a Igreja se limita a propor e não a impor sua visão acerca das questões sociais.

As reações ásperas e quase sempre intolerantes que tais propostas provocam _ disse o Presidente Casini _ "são a conseqüência de uma crise de credibilidade da política, muito mais do que de um intento prevaricador, por parte da Igreja e das autoridades eclesiásticas". (RL)







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