Não esqueçamos o bem que Deus nos concedeu, foi o convite do Papa durante a audiência geral, salientando que prevenir o aborto voluntário é uma esperança para o futuro da humanidade.

O perigo para o homem é que a recordação do mal sofrido é mais forte do que a do bem que Deus nos fez, enviando-nos o Seu Filho, o maior dom. Da aliança com o Senhor nasce precisamente este dom divino que permite ao povo ser livre. Foi o que afirmou Bento XVI na catequese da audiência geral desta quarta feira dedicada ao salmo 135 que fala das vicissitudes de Israel libertado da escravidão do Egipto. Um salmo que nos ilustra o bem que Deus nos fez na historia e do qual devemos despertar a memoria.

Falando da passagem do Mar Vermelho e da peregrinação no Sinai o Papa disse que deserto e mar representam a passagem através do mal e da opressão para receber o dom da liberdade e da terra prometida.

Depois de ter lido o comentário de São Cipriano ao salmo 135 Bento XVI afirmou que este Doutor da Igreja acrescentou aos benefícios que Deus nos concedeu ,o verdadeiro dom, o dom do Filho, o dom da incarnação no qual Deus se doou a nós e permanece connosco ,na eucaristia e na sua Palavra, todos os dias até ao fim da historia.

O perigo nosso, do homem, é que a nossa memoria do mal sofrido é mais forte do que a memoria do bem. O salmo serve - acrescentou o Papa improvisando – para despertar em nós também a memoria do bem, de tanto bem que o Senhor nos concedeu e concede, de maneira que podemos ver se o nosso coração se torna mais atento a este bem. Desta maneira seremos finalmente capazes de conhecer a misericórdia de Deus que é eterna e está presente dia após dia.

Escutemos agora a saudação de Bento XVI em língua portuguesa.

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em particular o grupo vindo do Brasil, com votos duma romagem benéfica que favoreça em todos uma consciência mais viva e agradecida da misericórdia eterna com que o Pai do Céu guia e salva vossa vida e família em seu Filho Jesus. Ide com Deus!

Com a prevenção do aborto escrevem-se páginas de esperança para o futuro da humanidade: salientou o Papa reafirmando uma vez mais a necessidade de defender o direito á vida e á dignidade de cada pessoa humana desde a sua concepção até á morte natural.

Falando no final da audiência geral na Praça de S. Pedro, Bento XVI saudou os delegados do Movimento pela vida presentes neste encontro semanal, que agradeceu pela corajosa actividade tendente a promover e defender o direito á vida e á dignidade de cada pessoa.

Empenhando-vos na prevenção do aborto voluntário, com uma atenta acção de apoio para as mulheres e famílias, vós – disse o Papa - colaborais a escrever paginas de esperança para o futuro da humanidade, proclamando de maneira concreta o Evangelho da Vida.

Bento XVI deixou ainda um apelo aos representantes da Confederação do Comércio na Itália, pedindo que “ a economia não seja desligada do mercado da solidariedade”.