2005-11-15 20:03:54

FIÉIS AUSTRÍACOS PROTESTAM CONTRA CRÍTICAS "INJUSTAS" DO PAPA


Viena, 15 nov (RV) - Os católicos austríacos estão indignados, pelas críticas _ segundo eles, "injustas" _ que Bento XVI teria feito à pastoral naquele país, durante a recente visita "ad Limina" do Episcopado austríaco.

O semanário político "Profil" dedica à questão, um artigo intitulado "Porque o Papa se engana", enquanto o editorialista do semanário católico "Die Furche", sublinha a frustração generalizada, particularmente entre os mais fiéis seguidores da Igreja na Áustria.

As primeiras informações sobre as conversações entre os prelados austríacos e Bento XVI evidenciaram que o Papa não estaria satisfeito, em especial no que se refere à juventude, porque as formas atuais de ensino e prática religiosas não estão conformes às regras impostas pela Santa Sé.

Em alguns ambientes católicos da Áustria, é forte o desejo de compartilhar a comunhão com outras confissões cristãs, assim como o desejo de reaproximar da Eucaristia, os divorciados recasados. Além disso, a escassez de vocações faz com que membros do clero local advoguem a ordenação de homens casados. Mesmo porque, a "importação" de sacerdotes da Polônia, para suprir a essa escassez é uma estratégia que falhou, por diversas razões, entre as quais o fato de eles serem muito conservadores e não estarem familiarizados com a mentalidade local.

Mesmo assim _ afirma o "Profil" _ a Áustria continua sendo "um dos países mais cristãos da Europa".

O Bispo de Graz-Seckau, Dom Egon Kapellari, representando o Presidente da Conferência Episcopal Austríaca, Cardeal Christoph Schönborn, procurou acalmar os ânimos e pediu para que não se desse "excessiva importância" a determinadas frases que "poderiam provocar uma discórdia desnecessária".

O próprio Papa elogiou, mais adiante, em seu discurso ao Episcopado austríaco, a "boa cooperação entre o Estado e a Igreja na Áustria", destacou Dom Kapellari.

O Bispo disse que a Igreja é grata aos milhares de professores de religião, pelo trabalho que desempenham, ainda que o Papa ache que eles não repetem, suficientemente, os ensinamentos contidos no Catecismo da Igreja Católica.

Fato é que o Catolicismo, efetivamente, perdeu influência no país, particularmente depois dos escândalos em torno da nomeação de bispos. Entre esses, destaca-se o falecido Cardeal Hans-Hermann Groer, então Arcebispo de Viena, forçado a renunciar ao cargo, por acusações de pedofilia, e Dom Kurt Krenn, Bispo de St. Pölten, que também foi afastado de suas funções, depois de ter-se visto envolvido num escândalo de pornografia e pedofilia no Seminário de sua Diocese.

Os católicos austríacos associam essas nomeações a uma política de "mudança de tendência", desejada por Roma, para contrastar o amado Arcebispo de Viena, Cardeal Franz König, que buscava uma reconciliação com a democracia social. (AF)







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