Orientações e normas para os seminários: documento da conferencia episcopal italiana
será aprovado esta quarta feira.
O novo documento da Conferência Episcopal Italiana (CEI) sobre a formação dos candidatos
ao sacerdócio pede que sejam tidas em conta, nos seminários, “as consequências negativas
que podem derivar da ordenação de padres com tendências homossexuais profundamente
enraizadas”.
D. Giuseppe Betori, secretário-geral da CEI, disse em conferência de imprensa que
o novo documento episcopal, intitulado “Orientações e normas para os seminários”,
recebe “as indicações, ainda reservadas, daquilo que a Santa Sé tem a dizer sobre
a matéria”.
O documento deverá ser aprovado amanhã pelos 260 Bispos reunidos em Assis para a 55ª
Assembleia plenária da CEI. Posteriormente, o documento fica à espera da “recognitio”
da Santa Sé, como acontece sempre nestes casos.
O secretário-geral da CEI negou que a incompatibilidade entre homossexualidade e sacerdócio
ordenado na Igreja seja “discriminatória”, lembrando que a discriminação acontece
no caso dos “direitos” e que a vocação “não é um direito, mas um dom”. Como tal, é
preciso levar em conta que a Igreja é “um ponto de referência” para o discernimento
desse mesmo dom.
Nas orientações da CEI, que mais não fazem do que reforçar a tradicional posição de
prudência nesta matéria, expressa várias vezes pela hierarquia da Igreja, é pedido
que “seja dado espaço à maturação posterior dos sacerdotes, na passagem entre o percurso
seminarístico e o início da sua vida de diáconos e presbíteros”. Os Bispos interrogam-se
ainda sobre a melhor maneira de “integrar as ciência psicológicas” na “clarificação
das consciências por parte do seminarista”.