"Essencial" a reconciliação no Iraque,defende o Secretário Geral da ONU
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, considerou este sábado “essencial” uma reconciliação
nacional no Iraque durante uma visita supresa que realizou a Bagdad, a primeira após
a queda do regime de Saddam Hussein em Abril de 2003.
Antes do Iraque, Annan esteve no Kuwait, no âmbito de uma viagem que realiza à região,
e deslocou-se ainda à Jordânia, cuja capital, Amã, foi alvo de um triplo atentado
suicida, na última quarta-feira, já reivindicado pelo braço armado da Al-Qaeda no
Iraque, liderado pelo jordano Abu Mussab Al-Zarqawi.
A vista a Bagdad pelo alto responsável das Nações Unidas, que surge após a deslocação
da secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice, pretende ajudar ao apelo
de uma participação de todos os iraquianos no processo político, nomeadamente árabes
sunitas, a cinco semanas das legislativas.
A ONU tem assumido um papel essencial no processo político no Iraque, através do fornecimento
de assistência durante as primeiras eleições gerais no país após a queda de Saddam,
em Janeiro último, e no referendo constitucional de 15 de Outubro. As Nações Unidas
deverão tomar parte numa conferência de reconciliação nacional que a Liga Árabe pretende
organizar em breve, no sentido de valorizar o diálogo nacional entre as diferentes
comunidades religiosas e étnicas do país.
Depois de ter reduzido o seu pessoal no Iraque, após o ataque terrorista de 19 de
Agosto de 2003 que vitimou mortalmente o seu representante no país, Sergio Vieira
de Mello, bem como outras 21 pessoas, o Conselho de Segurança da ONU anunciou na última
terça-feira que acedeu ao pedido de Bagdad para prolongar o mandato da força multinacional,
sob comando norte-americano, até 31 de Dezembro de 2006.