BISPO DE BAFATÁ DECEPCIONADO COM VAZIO DE PODER NA GUINÉ-BISSAU
Bafatá, 11 nov (RV) - O Bispo de Bafatá, Dom Carlos Pedro Zilli, denunciou
a inexistência de um governo na Guiné-Bissau, depois que o Presidente guineense demitiu
o Executivo de Carlos Gomes Júnior e nomeou Aristides Gomes como Primeiro-ministro.
Em
declarações à imprensa, falando sobre a onda de criminalidade que se abateu sobre
o país e que está atingindo também as missões católicas locais, Dom Carlos Pedro Zilli
se disse desiludido com a situação, definindo o país como "um barco sem leme".
"Esperava
muito mais deste momento de transição: que as conclusões fossem muito melhores do
que as atuais. Não conseguimos o que efetivamente esperávamos. Não pode ser que um
país fique sem governo. Ficar sem governo é uma coisa triste e só quem está na Guiné-Bissau
é que sente isso" _ disse o Bispo, que é brasileiro de Santa Cruz do Rio Pardo, Diocese
de Ourinhos, São Paulo.
Na coletiva, os bispos guineenses anunciaram que as
instituições católicas de ensino, saúde e caridade serão fechadas na próxima quarta-feira,
em sinal de protesto contra o recrudescimento da violência de que estão sendo vítimas.
"Temos sido vítimas de vários ataques a mão armada" _ frisaram os prelados.
Dom
Zilli criticou as autoridades por promoverem inquéritos que não se concluem, e por
não condenarem os agressores. Enfim, lançou um apelo à comunidade internacional para
que ajude a Guiné-Bissau a enfrentar este incremento da violência, sobretudo nos centros
urbanos. (CM)