Bento XVI recorda João Paulo II,bispos e cardeais defuntos, salientando que quem está
ao serviço de Deus encontra provações insidiosas
Quem se coloca ao serviço do Senhor e gasta a vida no ministério eclesial não está
livre de provações, pelo contrário encontra –as ainda mais insidiosas, como está provado
amplamente pela experiência dos santos: mas viver no temor de Deus liberta o coração
de todo o medo e imerge-o mo abismo do seu amor. Esta é uma passagem da homilia proferida
por Bento XVI durante a missa de sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos durante
o ano, celebrada nesta sexta feira na Basílica de São Pedro.
A grande família da Igreja - disse o Papa - encontra nestes dias um tempo de graça
e vive-o, segundo a sua vocação, estreitando-se em oração ao redor do Senhor e oferecendo
o seu sacrifício redentor em sufrágio dos fiéis defuntos. De maneira particular oferecemo-lo
hoje pelos cardeais e bispos que nos deixaram durante o ultimo ano.
Bento XVI recordou o facto de ter feito parte durante longo tempo do Colégio Cardinalício,
do qual foi também decano durante dois anos e meio, sentindo-se particularmente ligado
a esta comunidade singular que teve a honra de presidir também nos dias inesquecíveis
que se seguiram á morte do amado Papa João Paulo II.No meio de outros luminosos exemplos
- acrescentou – ele deixou-nos aquele preciosíssimo da oração, e também neste momento
recolhemos a sua herança espiritual, conscientes de que a sua intercessão continua
ainda mais intensa do Céu.
O Papa recordou depois os cinco cardeais que faleceram durante os últimos 12 meses
confiando ao Senhor as suas almas e aquelas dos arcebispos e bispos que no mesmo período
de tempo concluíram a sua vida terrena.
Nós, seres humanos - disse Bento XVI a concluir – precisamos de um amigo, de um irmão
que de mão dadas nos acompanhe até á casa do Pai; precisamos de alguém que conheça
bem o caminho. E Deus no seu amor superabundante , enviou o Seu Filho não só a indicar
o caminho mas a percorrer o caminho connosco. Por este motivo, enquanto damos graças
a Deus pelas graças que distribuiu aos nossos irmãos defuntos oferecemos por eles
os méritos da paixão e morte de Cristo, para que possam colmatar as faltas devidas
á fragilidade humana.